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Há alguns anos, um funcionário de um amigo meu que havia acabado de ser contratado aprontou poucas e boas na confraternização de fim de ano da empresa. Alberto foi admitido no finalzinho do mês de novembro para dirigir a área de finanças de uma empresa de grande porte. Seus primeiros dias foram tranquilos, assim como a maioria das integrações, quando passou pela etapa de conhecer funcionário por funcionário da empresa, reconhecimento da cultura organizacional e aprendizado de todos os tramites de sua área. Tudo parecia às mil maravilhas e Alberto encarava sua nova posição com o entusiasmo de alguém que descobre algo novo.

Porém, em meados de dezembro, e pouco mais de 10 dias em que ele estava na empresa, aconteceu a festa de fim de ano da organização. Tomado pelas empolgações do momento, o jovem aproveitou cada minuto da festa. Aliás, devo dizer que era uma "senhora festa". A empresa optou por uma decoração temática, em que todos os convidados deveriam ir a caráter, vestidos de preto e branco. O buffet era de primeira, com iguarias finas e bebida à vontade, para todos os gostos. Para descontrair um pouco, na entrada as pessoas eram convidadas por Pierrôs e Colombinas, formidavelmente vestidos, a tirar fotos e brincar um pouco com mímicas e malabaris. Uma forma de fazer com que todos entrassem no clima de descontração, deixando as obrigações do trabalho lá no escritório: o momento era de diversão.

Pois era exatamente aí que morava o perigo. Alberto, como a maioria dos convidados, entrou no clima da brincadeira e foi nos embalos de sábado à noite, sacolejando entre baladas dos anos 60 e 70. Ao contrário da maioria, o jovem solteiro estava desacompanhado e, por estar sozinho, restava-lhe interagir com os demais de forma ainda mais intensa, fazendo brincadeiras com todos, inclusive os cônjuges de seus colegas. A primeira mancada de todas se deu nos primeiros 20 minutos de festa, quando elogiou de forma intensa uma de suas colegas, deixando-a sem jeito perante todos, inclusive seu noivo que a acompanhava.

O mesmo ocorreu de forma mais discreta com mais duas moças, antes que ele investisse alguns galanteios a uma desconhecida que, mais tarde foi saber, era esposa do seu superior imediato. Nada aconteceu, pois conseguiu driblar a situação com algumas brincadeirinhas, deixando todos os envolvidos em estado de desorientação momentânea.

Alberto, porém, perdeu a linha quando o álcool, que bebia freneticamente, começou a lhe subir à cabeça. O que antes eram apenas brincadeiras, passaram a ser chistes de muito mau gosto. E quanto mais ele tentava se conter, mais feia ficava a situação. Seus colegas mais incomodados começaram a lhe evitar e algumas moças mais desavisadas entraram na dança do rapaz.

Como era de se esperar, o rapaz foi um dos últimos a sair da festa. Para não deixar por menos, saiu acompanhado por uma estagiária de outro setor. Dizem as más línguas, inclusive, que a moça passou grande parte da festa cedendo aos charmes jogados por Alberto. O que eles fizeram dali pra frente, sinceramente, não nos interessa. O fato é que a impressão que ficou para quem presenciou tais cenas foi péssima. O jovem, que até então parecia tranquilo, mostrou-se completamente incoerente e inadequado. Suas atitudes demonstraram imaturidade e, principalmente, total despreparo para se comportar numa festa onde todos os seus colegas de trabalham estavam. O resultado disso tudo foi a sua demissão antes mesmo de vencer o prazo de experiência.

Infelizmente, não conseguimos desvencilhar a nossa imagem quando estamos dentro ou fora da empresa. Alguns profissionais não se comportam de forma adequada e, mesmo em seus momentos de lazer, infelizmente acabam manchando a imagem da empresa e/ou profissional. Porém, em festas da organização, o cuidado deve ser redobrado. Independentemente se o momento é de descontração, fazer feio em ambientes assim só joga contra a sua reputação e, por isso, o máximo de prudência é sempre pouco.

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