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DICAS

- Jamais julgue uma pessoa pelo que ela se apresenta por fora. O que está por dentro é o que vale;

- Não exclua ninguém. Se você puder ajudar, chame para uma conversa. Se não puder, apenas respeite;

- Entenda que nem sempre somos do jeito que gostaríamos. Ser gordo não é sinônimo de desleixo. Para alguns, emagrecer pode ser algo muito mais difícil do que é pra você;

- Cuide do você. Não perca tempo cuidando da vida dos outros.

Não é de hoje que brigamos por direitos iguais para todos, independentemente de raça, credo, condição social, ou seja lá o que for. Porém, infelizmente, ainda há muito preconceito por aí. Não é novidade, por exemplo, que as mulheres, principalmente as que ocupam cargos mais estratégicos, ganham consideravelmente menos que os homens. Por que isso acontece? Porque, como o próprio nome diz, todos nós prejulgamos pessoas, situações e/ou coisas de acordo com as experiências que já vivenciamos ou, até mesmo, de acordo com as imposições da sociedade. O problema é que esse conceito que fazemos, muitas vezes é feito sem que nós mesmos conheçamos e, com isso, estereotipamos sem perceber o quão perigoso é isso.

O preconceito a que quero me ater hoje é com pessoas que estão acima do peso. Pesquisas nesse sentido já foram feitas e o resultado apontado é de que realmente existe certo preconceito no meio profissional com pessoas obesas. Apesar de qualquer tipo de preconceito ser ilegal, ainda é possível tomar conhecimento de situações onde profissionais são descartados pelo simples fato de serem gordinhos. Sabemos que apenas empresas não idôneas cometem esse tipo de infração, porém vale discutir o assunto. O que não podemos é tapar nossos olhos para o que está errado e deixar que dia após dia verdadeiros talentos percam preciosas oportunidades por causa do que apresentam em sua carcaça.

Vários são os motivos que levam uma pessoa à obesidade. Algumas, por exemplo, possuem distúrbios metabólicos que impedem a gordura dos alimentos que elas ingerem se transformar em fonte de energia, acumulando calorias com maior facilidade que outras que não possuem esse tipo de problema. Outros, infelizmente, realmente não cuidam da alimentação e, consequentemente, da saúde. É por causa desses que vem o preconceito. Alguns gestores acreditam que se uma pessoa não é capaz de cuidar de si mesmo, não é apto para assumir responsabilidades e dar conta de fazer um trabalho com capricho. Eles associam, na verdade, a gordura ao desleixo.

É preciso ficar claro, entretanto, que não é verdade a máxima de que "só é gordo quem quer". Alguns se esforçam, fazem tratamentos, exercitam-se, possuem uma excelente alimentação e uma disciplina impressionante, porém, nem assim conseguem diminuir alguns números na balança. Apesar de os hábitos da vida moderna favorecerem a obesidade, nem todos os gordinhos podem ser considerados sedentários, assim como, ser magro não é sinônimo de saúde. Se pararmos para refletir, é ignorância pensar que uma pessoa gorda não é capaz de cuidar de algo, pois o inverso seria verdadeiro – o magro ser capaz de cuidar bem de um trabalho, já que cuida bem de sua saúde – e sabemos que isso nem sempre é verdade. Aliás, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Há quem diga, inclusive, que os obesos deveriam ganhar menos, já que eles possuem uma maior probabilidade de serem morosos, improdutivos ou qualquer coisa do gênero. Talvez para cargos que requeiram esforços físicos, isso possa ser uma verdade. Mas o que isso tem a ver com liderar, criar, vender, inovar? Absolutamente nada. Exatamen­­te por isso, repugno qualquer pessoa que ignore as capacidades técnicas de um profissional, simplesmente pelo tipo físico dele. Claro que, se as competências comportamentais deixarem a desejar (entrando na história do desleixo), há que se repensar a contratação. Mas, volto a dizer, isso não tem a ver com a pessoa ser gorda ou não. Tem a ver com personalidade, responsabilidade consigo mesmo etc. Uma série de fatores que excluiria qualquer profissional independentemente de até onde vai o ponteiro da balança.

Levando em consideração que no Brasil existem cerca de 10,5 milhões de obesos, fico imaginando quantos profissionais excepcionais temos e que são descartados antes mesmo de poderem mostrar a que vieram. A advertência vale para aqueles que estereotipam ideias de talentos de acordo com a cor do cabelo ou da pele, da idade e do sexo. Por isso vale a lembrança, todos somos capazes. O que nos torna diferentes uns dos outros é o esforço que utilizamos para colocar em prática essa capacidade. Jamais podemos ser aprovados ou eliminados em um processo seletivo por causa de qualquer atributo físico ou crença.

Mande sua história para coluna@debernt.com.br e siga twitter/bentschev.

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Teste

Você se deixa levar pelo preconceito?

1. Você está fazendo uma negociação por telefone com uma vendedora com uma voz bonita e muito simpática. Ao conhecê-la pessoalmente no dia do fechamento do negócio, você descobre não é bonita como você imaginava. Você:

a) Desiste do negócio.

b) Fecha, mas evita continuar contato com ela.

c) Fecha assim mesmo. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

2.Você é promovido a diretor e herda uma secretária que está bem acima do peso. Você:

a) Troca de secretária.

b) Fica com ela, mas faz de tudo para que ela se demita.

c) Fica com ela, afinal ela é uma excelente profissional.

3. O departamento de seleção lhe indica um excelente profissional para uma função em sua área, mas que possui 10 anos a mais que você. Você:

a) Nem entrevista o candidato.

b) Entrevista, mas dá um jeito de reprová-lo.

c) Entrevista, e, se atender ao perfil, contrata-o.

4. Você entra no avião e antes da decolagem você descobre que o piloto é uma mulher. Você:

a) Sente vontade de descer do avião.

b) Faz umas gracinhas a respeito.

c) Acha interessante, pois não é muito comum.

5. Você recebe os resultados de testes técnicos realizados pelos candidatos e descobre que a melhor nota é do candidato mais novo e menos experiente. Você pensa:

a) Ele colou.

b) Teve sorte.

c) O profissional está muito bem preparado.

6. Você descobre que seu colega de trabalho com o qual você tem grande afinidade é homossexual. Você:

a) Afasta-se dele.

b) Mantém a relação, mas esfria um pouco.

c) Não muda nada.

Se suas escolhas estão entre as alternativas "a" e "b", você está deixando seu preconceito influenciar em suas decisões. Pondere. Você pode estar se afastando de excelentes pessoas por pequenos detalhes que não valem a pena.

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