• Carregando...

Recebi a carta de um leitor chamado Douglas, que expressou, de forma pertinente, as dúvidas que muitos profissionais têm na hora de apresentar seu currículo. Ele destaca uma característica do mercado que confunde, sobretudo, os especialistas em recursos humanos. A seguir, parte do conteúdo da carta:

"É unânime, entre os consultores de RH, a percepção geral de que, para conseguir uma colocação no mercado ou crescimento na carreira, é necessário que o profissional esteja sempre enriquecendo seu currículo, com novos conhecimentos, novos feitos e aperfeiçoamento contínuo. Contudo, venho notando, em conjunto com outros colegas, que muitas vezes um currículo ‘recheado’, ‘vistoso’, com experiência em grandes corporações e boa formação acadêmica, aparenta afugentar empresas que requerem pessoas para a área de RH. Com isso, pensei que o ideal seria ‘empobrecer’ os currículos, não genericamente, mas de forma personalizada. Ou seja, o certo seria adequar as informações fornecidas ao recrutador, sem ressaltar – demais – as qualidades existentes. Os dados mencionados seriam escolhidos para ir ao encontro das expectativas da organização recrutadora, e as informações omitidas seriam aquelas que ‘assustariam’ a empresa em questão."

Douglas finaliza sua carta questionando se esse seria, de fato, um fenômeno normal dentro das empresas e das consultorias especializadas em recrutamento e seleção. Pergunta, ainda, se o receio em contratar profissionais gabaritados estaria em seus salários, supostamente muito caros.

As dúvidas apontadas por Douglas refletem a realidade de muitos profissionais que se deparam com empecilhos no momento da contratação. Por isso, é importante compreender o processo de escolha, para que o candidato possa elaborar suas próprias táticas.

A maioria das empresas, quando pretende agregar alguém ao seu quadro de funcionários, pensa no custo, também. Por isso, as organizações definem o perfil necessário para o exercício da função e buscam aqueles que conseguem oferecer mais pelo mesmo preço. Essa prática, todavia, traz um risco para o empregador, pois uma pessoa mais qualificada rapidamente fica "superdimensionada" na função. Então, o profissional inicia uma pressão interna para o seu crescimento no grupo. Se isso não é possível, sai em busca de um novo emprego.

Outro fator que deve ser levado em conta é a frustração de um profissional em um posto que não aproveita todo o seu potencial. Geralmente, essa pessoa desanima-se em pouco tempo, transmitindo desmotivação ao resto da equipe. A empresa, então, começa a sentir os prejuízos dessa frustração e ninguém sai ganhando.

O ideal, portanto, é o profissional encontrar uma organização onde ele se aprimore e se desenvolva. Ele deve iniciar em uma posição compatível com seu momento, conhecimentos e experiência e, em sintonia com a empresa, trilhar seu caminho para o progresso pessoal e o de sua carreira.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]