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DICAS

Não misture as coisas. Falar assuntos internos do trabalho antigo com novos colegas não é nada legal – e pode te comprometer facilmente.

- Confiança é algo que se conquista aos poucos, não chegue na empresa nova como se a casa fosse sua. Construa relacionamentos duradouros, sua imagem está começando novamente do zero.

- Antes de viajar você deixa a sua casa toda arrumada, certo? Faça o mes­mo quando estiver saindo de um emprego para outro. Deixar a casa em or­­dem é uma garantia de que antigos colegas lhe ajudarão quando precisar.

Assim como vejo muitos profissionais com dificuldades em entrevistas, há também muitos profissionais passando por processos de transição de emprego que ainda não sabem como se portar: tanto nos últimos dias na antiga empresa, quanto nos primeiros dias na nova empresa.Vamos falar primeiro do em­­prego que ficará para trás. Tudo começa no momento de pedir a demissão. Na hora da conversa, não há motivo para mentir os motivos de saída. Você decidiu tomar um novo rumo em sua carreira, alçar novos voos, e a empresa deverá lhe compreender.

O mês seguinte, de aviso prévio, é aquele em que se deve deixar a "casa em ordem". Isso não significa resolver, uma a uma, as intrigas que você porventura tenha criado, como problemas de relacionamento ou mal entendidos, mas sim preparar a sua saída da empresa.

Já vi muitas pessoas que, em seus últimos dias, copiaram diversos arquivos internos e confidenciais da empresa. Se o projeto foi seu, seja na idealização ou realização, sem dúvidas você pode ter uma cópia, afinal, é de sua autoria e é válido para o seu portfólio. Mas aquelas informações confidenciais, como cadastros e dados, isso é, além de antiético, totalmente ilegal.

Preparar a mudança pode ser algo doloroso para alguns. Deixar a mesa, os objetos e, principalmente os colegas e amigos que se fez ali é algo que a maioria das pessoas já conhece o drama. Muitos destes perderão o contato com você, mas é sempre importante deixar que a sua imagem boa fique registrada com todos os seus ex-colegas. Isso é o que se chama "deixar as portas abertas", por mais que você não volte a entrar nelas, terá amigos e contatos abertos a lhe estender a mão e prontos para indicações e negociações. E a agenda de contatos é, sem dúvidas, um dos bens mais valiosos de qualquer profissional.

Pois bem, passado o drama da saída, começa o drama da mudança e adaptação. Tudo é novo: colegas, chefe, subordinados, cultura da empresa, hora do cafezinho, tudo muda. Após a integração e as boas-vindas, este é o momento de se aclimatar.

Um erro comum, que já falei muitas vezes, e vejo pessoas continuarem a cometer, é falar mal do antigo emprego, chefe ou colegas. Tenha a razão ou não, falar mal nunca é nem parece ser algo benéfico nem ético a ninguém. Resume-se a fofoca e presume-se que você fará o mesmo futuramente caso deixe a empresa ou troque de área.

A cultura organizacional é outro desafio e a maioria dos profissionais sofre com isso no início do novo emprego. Além disso, é algo muito subjetivo para ser explicado, e só é completado após algum bom tempo que o profissional já está lá, totalmente incorporado aos novos costumes, maneira de agir e pensar do novo ambiente.

Ao falar de cultura, inevitavelmente não há como não falar de pessoas – e o relacionamento interpessoal com os novos colegas é um processo natural, mas que também deve ter alguns cuidados. Ao entrar na empresa, as pessoas querem saber quem você é, pessoal e profissionalmente. Mas há um porém: assim como eles não conhecem e confiam em você ainda (isso é algo que você conquistará com o tempo), você não sabe quem, ali de dentro, é confiável, fofoqueiro e outros profissionais-adjetivos mais que toda empresa possui. Por isso, ficar falando da vida pessoal pode não ser uma boa ideia ao entrar na empresa. Assim como você só abre alguns detalhes de sua vida pessoal a partir de um ponto no relacionamento com os seus amigos, não há porque ser diferente com os novos colegas.

Há algumas coisas, entretanto, que devem ser feitas impreterivelmente quando se entra na empresa, tanto no aspecto profissional quanto relacional. No profissional é preciso entender perfeitamente como a empresa funciona, entender o maior número de processos possível, além de todos os produtos e serviços comercializados pela corporação. Neste quesito a própria integração feita pela empresa já ajuda em boa parte a resolver estas pendências, e aqui também pode ser notada a importância de um Manual de Integração. Em caso de dúvidas, o manual poderá esclarecer as principais normas, procedimentos e outras informações a respeito da empresa para o novo funcionário.

No aspecto relacional, poderia resumir a três palavras: pontualidade, prestatividade e simpatia. De maneira resumida, no primeiro você mostra seu comprometimento com a empresa e que já assumiu as responsabilidades que lhe foram impostas; no segundo, ser prestativo e estar disponível mostram que você realmente aderiu à causa da empresa e que está à disposição de quaisquer designações que surjam; o terceiro será a ferramenta principal para sua aceitação no grupo, tanto para ganhar confiança quanto cooperação.

O momento de transição é delicado, como outro qualquer nas empresas que você passa. O zelo por este momento, que tem sim um pouco mais de fragilidade, é tão importante quanto o resto da sua carreira, mas com estes pequenos detalhes resolvidos, o resto é por sua conta.

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Teste

Vejamos se você está no caminho certo e não cometendo nenhuma gafe:

(  ) Maus hábitos – Como é de costume em algumas rodinhas de conversa, volta e meia você fala dos defeitos da antiga empresa e colegas aos novos companheiros.

(  ) Vingador – Os problemas que criou na antiga empresa estão sendo resolvidos, pessoalmente, um a um, antes de deixar a empresa.

(  ) Copiador – Pensando em levar coisas boas e inovações à empresa nova, copiou vários arquivos pessoais e confidenciais da antiga empresa.

(  ) Emprego novo, vida nova – Deletou todos os contatos antigos. O importante são os novos contatos a partir de agora.

(  ) À moda antiga – Repete alguns processos e costumes da empresa antiga na empresa nova.

(  ) No tranco – Passou pela integração, mas continua não entendendo alguns processos. Tem medo ou vergonha de saber o restante.

(  ) Do meu jeito – Por mais que você esteja em uma empresa nova, não há porque mudar seu comportamento. Continua com algumas manias e praticamente ignorou seu Plano de Desenvolvimento Pessoal.

Todas as alternativas acima refletem comportamentos não recomendáveis tanto ao sair de uma empresa, quando ao entrar em outra. Por melhor (ou pior) que fossem os costumes, colegas, processos antigos, o respeito, tanto na empresa nova, quanto na antiga, devem prevalecer. Se você marcou algumas questões, procure ler o texto novamente, ou sua pele pode já entrar na nova empresa marcada pelo seu comportamento.

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