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Os escritórios da Linx, em São Paulo. | Linx/Divulgação
Os escritórios da Linx, em São Paulo.| Foto: Linx/Divulgação

Um negócio de sucesso se desenvolve ancorado em inovação, investimento e foco em clientes. Com a Linx, empresa especializada em sofware para o varejo, não é diferente. Mas para crescer uma média de 20% ao ano mesmo durante a crise do Brasil, a companhia desenhou uma estratégia ainda mais agressiva: adquirir empresas de diversos ramos da tecnologia para ganhar mercado no país e em outros países da América Latina.

De acordo com Jean Klaumann, vice-presidente de omnicommerce (estratégia de experiência de compras) da Linx, 30 aquisições foram realizadas pela empresa ao longo de sua trajetória. Entre as compras estão a carioca Quadrant Informática, em 2008; a paulista Dia System, em 2010; catarinense LZT, em 2013; e a paranaense Softpharma, em 2014.

“Essas operações foram importantes para a gente entrar em um mercado novo com mais facilidade. Para atuar em Minas Gerais e no Paraná, por exemplo, adquirimos as melhores companhias de software desses estados”, explica o executivo.

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A estratégia também permitiu que a Linx conquistasse uma cartela de clientes que não tinha até então. Esse é o caso da Ionics e da CSI, que foram incorporadas em 2016 e 2009, e oferecem serviços de tecnologia para postos de gasolina e indústria, respectivamente.

Não à tão, a Linx é líder no mercado de software de gestão, com 41,3% de market share no segmento varejista segundo a empresa de inteligência de mercado IDC.

Klaumann afirma não ser possível elencar as melhores empresas adquiridas pela Linx, uma vez que todas foram responsáveis pelo atual posicionamento da gigante no mercado de softwares. No entanto, ele garante que todas estão crescendo junto com a “nave mãe”.

“A média de crescimento dessas companhias é de 50% ao ano. O fato de atuarem em um ramo próximo ao nosso permite que elas se desenvolvam conosco. A dica é não impor nosso método de trabalho, mas sim acolher o melhor de cada negócio”, explica o executivo.

Investimento público

Em 2010, outra operação foi responsável pelo crescimento substancial do grupo Linx: a entrada do BNDES Par como sócio investidor.

Com os aportes liberados pelo banco público, a companhia pôde adquirir mais empresas e ganhou maturidade para se adaptar às normas de compliance exigidas pelo mercado financeiro.

A Linx aumentou seu faturamento de R$ 22 bilhões em 2007 para R$ 700 bilhões em 2017. Em 2011, a sede da companhia em São Paulo passou a ocupar 10 andares de um prédio corporativo — expansão necessária para receber um total de 3.500 funcionários distribuídos pelo país.

Ao se tornar referência no mercado de tecnologia, a Linx realizou seu IPO (oferta pública inicial de ações) em 2013, movimentando R$ 251 milhões na bolsa. Foi a maior operação do tipo já realizada por uma empresa de software no Brasil.

Jean Klaumann, vice-presidente de omnicommerce da Linx.Linx/Divulgação

Segundo Klaumann, a abertura de capital foi tão bem-sucedida que foi possível escolher os sócios da empresa, uma vez que houve overbooking na compra das ações. “Elevamos nosso modelo de governança corporativa e confiança no mercado. Com o IPO, deixamos de ser uma empresa de donos e passamos a ser uma empresa de investidores”, analisa o vice-presidente.

Expansão pela América

Com atuação em sete países da América Latina, como Argentina e Chile, a Linx agora planeja desbravar a América Central e América do Norte. Klaumann diz que parceiros do México já estão sendo incluídos em reuniões pela internet e que os relatórios da empresa contam com a conversão da moeda de real para dólar.

“Aprendemos antes de tudo a falar espanhol. Agora, temos condições para dar passos maiores. O desafio é ter uma gestão clara e contemporânea à altura do time e das mudanças do mercado e do próprio negócio”, explica.

De acordo com o executivo, um terço da equipe tem até 30 anos, o que demanda propostas de longo prazo que engajem os jovens funcionários no dia a dia da companhia.

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E projetos não faltam. Este ano, a Linx ingressou na área financeira e já é considerada pelo mercado uma “fintech multifuncional”. Em agosto, a empresa lançou a Pay Hub, que oferece soluções de pagamento para pequenos e médios varejistas. Para o lançamento da tecnologia, a empresa investiu R$ 350 milhões nos últimos anos, entre aquisições e posicionamento das novas marcas.

“Éramos apenas uma empresa de software, agora somos também de big data e de pagamentos. O mercado está em movimento e, por isso, precisamos ter responsabilidade e gente alinhada”, conclui.

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