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Luciano Coutinho apresenta plano de desenvolvimento produtivo: agora o estado criará metas próprias | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Luciano Coutinho apresenta plano de desenvolvimento produtivo: agora o estado criará metas próprias| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

Projeto

O Ministério do Desenvolvimento, em parceria com a iniciativa privada, lançou em 2008 a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), com o objetivo de promover a competitividade de longo prazo da economia brasileira. O PDP é composto por três programas e quatro metas:

Programas

Mobilizar áreas estratégicas

Tem foco na superação de desafios científico-tecnológicos para a inovação e atua sobre setores para os quais é importante um maior compartilhamento do conhecimento entre a iniciativa privada, os institutos tecnológicos e a comunidade científica. Algumas das áreas envolvidas são: defesa, energia nuclear, biotecnologia, nanotecnologia e complexo industrial da saúde.

Consolidar e expandir a liderança

Aborda setores em que o Brasil já é um dos líderes mundiais e tem potencial para expandir ainda mais sua presença no mercado externo. O foco são os setores com reconhecida competitividade, como bioetanol, carnes, siderurgia, aeronáutica, mineração e petróleo, gás natural e petroquímica.

Fortalecer a competitividade

Setores em que o Brasil tem bom desempenho, mas não é líder e ainda precisa ganhar "expertise". Esses são setores mais afetados pela importação, mas possuem potencial competitivo, como madeira e móveis, plásticos, higiene e perfumaria, construção civil e agroindústria.

Metas

Ampliação do investimento

A meta é elevar a participação do investimento em relação PIB para 21% em 2010. Em 2007, esse indicador foi de 17,6%, ou R$ 450 bilhões. No ano passado, o porcentual ficou em 16,7% e a meta não será atingida neste ano.

Pesquisa e desenvolvimento privado

O objetivo é ampliar os recursos destinados à P&D de empresas em atividades sistemáticas. Em 2006, as empresas privadas gastaram R$ 11,9 bilhões em P&D, ou 0,51% do PIB. A meta é elevar este porcentual para 0,65%, ou R$ 18,2 bilhões, em 2010.

Ampliação das exportações

A ideia é aumentar a inserção do Brasil na economia mundial. Há dois caminhos: ampliar o volume exportado ou investir diretamente no exterior. Em 2007, as exportações brasileiras alcançaram US$ 160,6 bilhões, ou 1,18% do total das exportações mundiais. Com a crise, a meta de chegar a 1,25% em 2010 não deve ser atingida.

Micro e pequenas empresas

Meta busca ampliar em 10% a participação das micro e pequenas empresas (MPEs) nas exportações brasileiras até 2010. Em 2006, essas empresas somavam 11.792. Para atingir o objetivo, o Brasil terá de ter 12.971 MPEs exportadoras neste ano.

Com alguns anos de atraso, o governo do Paraná vai apresentar à Assembleia Legislativa um projeto de lei sobre inovação tecnológica. Esse instrumento é apontado por especialistas como uma forma de elevar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o que no longo prazo eleva a competitividade da economia local. Segundo o governador Orlando Pessuti, o projeto estará pronto em até 30 dias.O estado é um dos poucos do país que não possuem uma lei voltada para a pesquisa e desenvolvimento. Nas regiões Sul e Sudeste, além do Paraná, somente o Espírito Santo não tem uma legislação para essa área. O anúncio do projeto foi feito em Curitiba durante o lançamento da Política de Desenvol­vimento Produtivo (PDP) no Paraná na Conferência de Coope­ração para a Inovação Sustentável – Anpei 2010.

O governo também vem estudando, de acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nildo José Lübke, a criação de um fundo de fomento, em parceria com a União, para apoiar as empresas inovadoras. O Paraná já possui o Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia, que recebe 2% do orçamento estadual – algo como R$ 120 milhões em 2010 – e cujos recursos são divididos entre a própria secretaria, a Fundação Araucária e o Tecpar.

A ideia agora é gerar recursos e uma regulação que possam promover o desenvolvimento da inovação no setor produtivo e acelerar a saída de pesquisas da prateleira das universidades para as ruas. Com a lei, haverá mais instrumentos para que as universidades financiem pesquisas e para que as empresas sejam incentivadas – um exemplo é a possibilidade de haver desconto de ICMS para quem inove.

Política

A inovação é um dos pilares da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, que ontem foi lançada no Paraná por meio de um compromisso firmado entre o governo es­­tadual, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Criada pelo governo federal em maio de 2008, a PDP tem como metas a promoção dos investimentos produtivos, a inovação e o acesso a tecnologias, e a internacionalização das empresas. Em âmbito federal, o programa, que tem o apoio do BNDES, deve somar aportes de R$ 300 bilhões até o fim do ano.

"O investimento para pesquisa e desenvolvimento precisa chegar a 2% ou 2,5% do PIB em cinco anos. Se não fizermos, corremos o risco de perder espaço para as economias asiáticas", disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. No ano passado, o investimento privado e público na área equivaleu a 1,1% do PIB.

A versão estadual da PDP terá metas e objetivos semelhantes aos da nacional, mas com um "recorte regional", segundo Gustavo Fanaya, coordenador do programa na Fiep. "Assim como a versão nacional, vamos criar mecanismos de monitoramento dos resultados no estado e trabalhar com as mesmas cadeias produtivas prioritárias", disse.

As primeiras ações da PDP no Paraná devem ser conhecidas dentro de 30 dias. Os estados de Minas Gerais e Bahia também vêm trabalhando para regionalizar a PDP. Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, o desenvolvimento regional terá de passar pela modernização do estado, a inovação, os investimentos em infraestrutura e a maior participação no mercado internacional. Entre as principais metas da PDP nacional até 2010 estão o nível de investimento chegar a 21% do PIB, e o aumento da participação das exportações brasileiras para 1,25% do comércio global. O governo federal, no entanto, já admite que elas não serão cumpridas neste ano por causa da crise.

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