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Bancos

Com crédito estagnado, lucro do Itaú Unibanco tem queda de 6%

Itaú Unibanco teve lucro de R$ 2,5 bilhões no trimestre | Sergio Moraes/Reuters
Itaú Unibanco teve lucro de R$ 2,5 bilhões no trimestre (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

São Paulo - Maior banco brasileiro, o Itaú Unibanco reportou ontem queda no lucro no primeiro trimestre do ano, resultado da desaceleração das operações de crédito, do aumento da inadimplência, da redução na atividade econômica e da atuação mais difícil em meio à turbulência nos mercados.

O banco teve lucro líquido de R$ 2,562 bilhões, uma queda de quase 6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando Itaú e Unibanco ainda operavam separadamente e teriam lucrado R$ 2,719 bilhões juntos. O resultado exclui efeitos não recorrentes como a compra de ações da Redecard, efeitos tributários e aumento de provisões para correção de planos econômicos. Com eles, a queda seria maior, de 27,62%.

Como efeito da crise, o Itaú afirma que houve queda na demanda dos clientes por novos empréstimos. O banco também admite que foi "mais seletivo" na hora de conceder crédito. O resultado foi um crescimento de apenas 0,3% da carteira total de crédito, em relação ao quarto trimestre de 2008, que somou R$ 272,7 bilhões.

A crise também diminuiu a importância do crédito no resultado dos bancos. Segundo Silvio de Carvalho, diretor financeiro do Itaú Unibanco, as operações de crédito costumavam responder por 45% do lucro do banco no ano passado; no primeiro trimestre de 2009, os financiamentos contribuíram com 35% do resultado.

"O crescimento do crédito foi relativamente baixo. A atividade econômica implicou menor demanda e também fomos mais seletivos na concessão", disse Silvio de Carvalho, diretor financeiro do banco.

Inadimplência

Maior preocupação dos bancos, a inadimplência subiu de 4,8% para 5,6% da carteira de crédito de dezembro para março. O maior aumento foi das pequenas e médias empresas, que saltou de 1,7% para 2,5%. No segmento de pessoa física, saltou de 8,1% para 9,8%.

A expectativa do banco é que a inadimplência continue subindo e chegue ao recorde de 6,9% no início do segundo semestre. O Itaú só vê o recuo na inadimplência a partir de setembro, com o reaquecimento da economia. Para o ano, o banco trabalha com crescimento zero para o PIB.

O lucro do Itaú Unibanco também foi afetado pelo aumento das provisões para devedores duvidosos. A despesa com provisões totalizou R$ 4,373 bilhões no primeiro trimestre, 27,5% acima da feita até dezembro. O impacto só não foi maior porque o banco consumiu R$ 539 milhões em provisões adicionais, que já tinham sido feitas no fim do ano passado.

Bradesco

Maior competidor privado do Itaú, o Bradesco também teve um recuo em seu resultado do primeiro trimestre, divulgado na segunda-feira. O resultado de R$ 1,723 bilhão foi 9,6% menor do que no mesmo período de 2008. No fim de março, o Bradesco estava com uma carteira de crédito de R$ 214,29 bilhões, cifra 0,5% menor que o saldo de dezembro. Assim como no Itaú Unibanco, a inadimplência, que tinha se estabilizado no ano passado, rondando os 3,5%, saltou para 4,3% dos empréstimos vencidos há mais de 90 dias, até março.

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