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Os brasileiros têm optado por adiar o consumo: a troca de carro e da geladeira ficam para depois | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Os brasileiros têm optado por adiar o consumo: a troca de carro e da geladeira ficam para depois| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

As famílias cortaram ainda mais o consumo no início do ano, pelo quinto trimestre consecutivo, numa tentativa de adequar o tamanho do orçamento de casa ao custo de vida e à piora do mercado de trabalho.

Segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quarta-feira (1º), o consumo das famílias recuou 1,7% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 6,3% frente ao primeiro trimestre de 2015. Conforme o IBGE, a economia como um todo encolheu 0,3% no primeiro trimestre deste ano.

Cinco quedas consecutivas do consumo das famílias na comparação com o trimestre imediatamente anterior não tem paralelo na série histórica das Contas Nacionais do IBGE, iniciada em 1996.

Um dos motores da economia na década passada, o consumo da famílias é afetado por uma combinação de aumento do desemprego, da inflação, redução do crédito e da renda dos brasileiros.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego nacional atingiu 10,9%. O país tinha 11,1 milhões de desempregados naquele período. A renda média real registrava queda de 3,2%.

Nesse cenário, os brasileiros acabam optando por adiar o consumo: a troca de carro e da geladeira ficam para depois. O restaurante e outras atividades de lazer acabam também cortadas da lista.

Indústria e serviços

O menor consumo das famílias acaba contribuindo para a redução da atividade da indústria e dos serviços, setores também duramente afetados pela queda dos investimentos no país.

O PIB de serviços encolheu 0,3% frente ao quarto trimestre do ano passado. Segundo o IBGE, o resultado foi afetado sobretudo pelos ramos de comércio (-1%), intermediação financeira e seguros (-0,8%) e serviços de informação (-0,7%).

O setor de serviços também é afetado pela indústria, que teve uma queda de 1,2% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. Ante o mesmo período do ano passado, o setor registrou recuo de 7,3%.

O resultado da indústria foi afetado, além da demanda das famílias, sobretudo pela retração da atividade extrativa mineral, que recuou 1,1% no primeiro trimestre. A indústria de transformação recuou 0,3%, o sexto resultado negativo.

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