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Comércio exterior

Com importações em alta, saldo da balança cai 11,4% em outubro

Brasília – As importações voltaram a bater recorde, mas a balança comercial brasileira novamente teve saldo positivo em outubro. O superávit foi de US$ 3,916 bilhões no mês passado, o que fez o resultado no ano subir para US$ 37,891 bilhões – crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2005. No entanto, o resultado de outubro teve queda de 11,4%.

Em média, o país importou US$ 416,4 milhões por dia útil em outubro, maior valor já registrado nas estatísticas do Ministério do Desenvolvimento.

Já a média diária das exportações ficou em US$ 602,9 milhões – um recorde para outubro. No ano, as exportações somam US$ 113,373 bilhões, 17,3% a mais do que em 2005.

Mas o próprio governo já começa a ver esse número com ressalvas. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirma que, embora os números gerais continuem positivos, alguns setores exportadores enfrentam problemas por causa do câmbio.

"O desempenho [das exportações] está sendo espetacular porque o mundo está num momento espetacular, mas temos alguns problemas no Brasil que impedem um crescimento maior", diz Meziat. Segundo ele, o setor automotivo é um dos que mais foram afetados pela valorização do real, o que torna os produtos brasileiros menos competitivos.

Entre janeiro e outubro, segundo Meziat, a quantidade de automóveis exportados caiu 9,3% na comparação com 2005, uma redução de aproximadamente 50 mil veículos nas vendas. Porém, como o preço desses produtos no mercado subiu, o valor total das exportações do setor acabou crescendo 5,8%.

Dessa forma, o efeito da valorização do real nas exportações – que é mais sentido na redução das quantidades exportadas – acaba sendo um pouco compensado pelo aumento dos preços de várias mercadorias no mercado internacional.

Na avaliação do economista Fernando Ribeiro, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o comportamento dos preços dos produtos da pauta brasileira de exportações deve continuar sendo determinante nos resultados da balança comercial daqui para frente, já que a tendência é que, por enquanto, fatores como o câmbio não apresentem mudanças significativas.

"O preço é o que vai fazer a diferença, para o bem ou para o mal", afirma Ribeiro. Entre janeiro e setembro deste ano, o preço médio dos produtos exportados subiu 11,9%, enquanto a quantidade efetivamente vendida ao exterior cresceu 4,5%. Para Ribeiro, as vendas ao exterior devem chegar a US$ 136 bilhões neste ano.

Ribeiro diz também que as importações devem continuar crescendo num ritmo forte, mas afirma que o resultado de outubro ficou um pouco acima do esperado e não deve se repetir na mesma intensidade nos próximos meses.

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