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Com juros em baixa, fundos de previdência perdem valor

Rentabilidades ruins mostram como os bancos cobram caro. Baixar taxas pode ser o caminho para obter melhores resultados

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Quando os extratos dos planos de aposentadoria começaram a chegar, qual não foi o susto dos investidores ao ver que seu patrimônio estava se reduzindo em relação ao ano anterior. O efeito foi imediato e os bancos começaram a perceber uma fuga dos planos de previdência de renda fixa (os conhecidos PGBLs e VGBLs) pela primeira vez na história. Foram quase R$ 1,5 bilhão em três meses.

INFOGRÁFICO: Em 2013, fundos de previdência não mantiveram o crescimento constante que vinham tendo

Mas o investidor precisa agir com cautela para não "realizar prejuízo", como se diz no jargão do mercado, e aproveitar esse momento para questionar as taxas cobradas pelos bancos, que influenciam no rendimento. Esses fundos, principalmente os de longo prazo, estão de fato perdendo valor no ano em parte por um efeito da elevação dos juros. Apesar de parecer uma contradição – já que se a taxa de juros está subindo isso deveria significar mais rendimento – o que acontece é que esses fundos são compostos por títulos do governo de longo prazo já com rentabilidade fixada. Dessa forma, quando a curva de juros no mercado futuro cai, esses fundos ganham, quando essa curva sobe (como neste ano) esses fundos perdem porque precisam fazer a chamada "marcação a mercado". Ou seja, precisam dizer que perderiam dinheiro se tivessem que vender o título agora.

Cobrança

Mas o que as rentabilidades ruins ajudam a evidenciar é que os bancos estão cobrando muito caro. São taxas de administração, taxas de saída, taxas de entrada que, juntas, podem corroer até um terço do patrimônio de quem está poupando, segundo cálculos da consultoria Keyassociados. "Mesmo antes de aplicar, o banco já está cobrando", diz o coordenador de análises da empresa, Camilo Terranova.

Para dar uma ideia do efeito perverso da taxa de administração, Terranova fez uma simulação com base em uma aplicação mensal de R$ 100 por 30 anos com rendimento de 6%. Se a taxa de administração for de 2%, o aplicador teria no final do período R$ 83,7 mil. Se essa taxa for de 4%, o acumulado cai para R$ 57,5 mil, uma diferença de mais de 30%. E essa conta não levou em consideração a taxa de carregamento, cobrada na entrada e na saída dos recursos.

Uma rápida checada nos sites de quatro instituições (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) mostra que não é tarefa fácil descobrir todas as taxas dos produtos. Por isso, o investidor precisa insistir com seu gerente para saber o que está pagando.

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