Com a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 12,75% ao ano, o Brasil voltou a ter a maior taxa real de juro (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses) em um grupo de 40 países. Segundo um ranking elaborado pela consultoria Moneyou, com mais esta alta de 0,5 ponto porcentual, os juros reais do país são de 5,28%. O Brasil está à frente da China, segunda colocada, com taxa de 3,18% e da Índia, que ocupa a terceira posição, com juro real de 3,17%.
Veja os dez países com a maior taxa de juro real entre 40 países
A taxa foi calculada sendo descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses:
1º - Brasil: 5,28%
2º - China: 3,18%
3º - Índia: 3,17%
4º - Taiwan: 1,47%
5º - Filipinas: 0,97%
6º - Indonésia: 0,94%
7º - Hungria: 0,89%
8º - Colômbia: 0,87%
9º - Tailândia: 0,79%
10º - Turquia: 0,56%
Desde o dia 17 de dezembro, e em janeiro e fevereiro o Brasil vinha ocupando a segunda colocação, depois que a Rússia deu uma puxada em seus juros para tentar conter a fuga de investidores internacionais e a consequente desvalorização do rublo, a moeda local. A taxa foi elevada a 17% e o país ficou com juro real de 9,55%.
“Mas depois, o Banco Central russo baixou a taxa para 15% e as expectativas de inflação subiram muito. Atualmente, o país ocupa a 19ª posição, com zero de taxa real de juro”, explica o economista Jason Vieira, da Moneyou e responsável pela elaboração do ranking.
BC eleva Selic em 0,50 ponto porcentual para 12,75% ao ano
Foi o quarto aumento consecutivo da taxa. Com a elevação, a Selic passa a ter seu maior valor desde janeiro de 2009
Leia a matéria completaAté então, o Brasil ocupava o primeiro lugar no ranking dos juros reais desde outubro de 2013.
Novas altas
Para o economista, o país deve continuar ocupando a primeira colocação durante algum tempo, já que a expectativa é que a Selic continue subindo e encerre o ano em 13%. “A inflação acima do teto da meta, não deixa outra alternativa ao Banco central senão continuar elevando os juros”, disse o economista.
Para a economista Natalia Cotarelli, do BI&P Indusval & Partners, com os preços administrados pressionando a inflação, o BC deve elevar a Selic em mais 0,25 ponto porcentual, com a taxa fechando o ano a 13%. Alguns aumentos de preços que não eram esperados para este início de ano, como o da energia elétrica, acabaram sendo antecipados.
“Os juros altos pioram o desempenho da economia, mas há outros fatores como baixa confiança do investidor e do consumidor, sem falar no risco de racionamento de energia. Nossa expectativa é que a economia encolha entre 0,3% e 0,4% este ano, ainda sem contar a possibilidade de racionamento”, diz a economista.
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