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O comércio entre Brasil e Estados Unidos registrou um marco histórico no primeiro trimestre de 2025, alcançando US$ 20 bilhões em trocas comerciais, segundo dados do Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado pela Amcham Brasil. O valor representa um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024 e é o maior já registrado para o trimestre desde o início da série histórica.
O desempenho positivo reforça a força da parceria econômica entre os dois países, com destaque para a performance das exportações industriais brasileiras, que atingiram um novo recorde, e o avanço das importações de bens de alto valor agregado, sobretudo nos setores de energia e tecnologia.
“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais comércio e investimentos bilaterais”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
Exportações industriais lideram avanço
As exportações brasileiras de produtos industriais para os EUA totalizaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março, um salto que consolidou os Estados Unidos como o principal destino da indústria nacional. O país agora representa 18,1% das exportações do setor, ante 17,7% no mesmo período do ano passado.
Entre os destaques da pauta exportadora estão os sucos (+74,4%), óleos combustíveis (+42,1%), café não torrado (+34%), aeronaves (+14,9%) e semiacabados de ferro ou aço (+14,5%). A carne bovina também ganhou espaço, passando a integrar os dez produtos mais vendidos aos EUA, com alta expressiva de 111,8%.
Importações voltadas a setores estratégicos
Do lado das importações, o Brasil comprou US$ 10,3 bilhões em produtos norte-americanos no período, uma alta de 14,7%. Quase 90% do total foi composto por bens manufaturados, com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados.
O crescimento das importações foi impulsionado principalmente pela retomada das compras de petróleo bruto, que aumentaram 78,3%. Por outro lado, as importações de gás natural caíram, refletindo uma menor demanda no início do ano.
Apesar dos resultados positivos, o cenário para os próximos meses exige cautela. A adoção de novas tarifas pelos Estados Unidos — incluindo 10% sobre exportações brasileiras em geral e 25% para produtos como aço, alumínio e autopeças — pode afetar a dinâmica do comércio bilateral.
A Amcham Brasil ressalta a necessidade de preservar um ambiente de negócios estável e transparente, com diálogo entre os setores público e privado. “É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, conclui Abrão Neto.








