
Com as incertezas do cenário econômico e seu compasso de espera em ano de Copa e eleições, as empresas têm pisado no freio na hora de abrir novas vagas de trabalho. A previsão de crescimento tímido das vendas se reflete no ritmo lento de contratação de temporários para os próximos meses, que na mesma época em anos anteriores já estaria a todo vapor.
INFOGRÁFICO: Veja a previsão de contratatações de temporários para o fim do ano
Segundo a Associação Comercial do Paraná (ACP), o crescimento das vendas do comércio no estado durante a temporada de Natal ficará em 4%, abaixo do índice inflacionário de 6,5%. Com isso, 53% dos comerciantes devem manter seu quadro de funcionários para o fim de ano, enquanto 39% contratarão temporários e 8% efetivos.
As vagas, que costumam ser anunciadas em setembro, começaram a aparecer só na segunda quinzena de outubro, todas para contratação imediata. "O atraso se deu principalmente devido às eleições, mas os comerciantes querem início imediato para treinar os funcionários antes do pico de movimento", diz o coordenador do Sine Paraná, Alessandro Maciel. Na última semana, o banco de empregos estava com aproximadamente 25% menos vagas que no ano anterior.
O Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeprestem) estima uma contratação de 163,6 mil temporários no país, crescimento considerado baixo em relação às 162 mil vagas abertas em 2013. Segundo a entidade, os estoques dos varejistas ficaram estagnados em relação ao mesmo período do ano passado, reduzindo as encomendas nas indústrias. "Inseguros com o cenário econômico, os empresários devem recrutar menos pessoal e adiar as contratações", prevê a gerente de relacionamento da RH Center, Ariane Woehl.
Segundo a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os segmentos de hiper e supermercados e de vestuário deverão responder por 65% dos postos a serem criados no país.
Olho na oportunidade
Independente de idade ou experiência anterior, a principal exigência para as vagas do comércio é a flexibilidade de horários, o que afugenta alguns candidatos. "Diferente da indústria, a escala é maçante, não há muitos benefícios e a remuneração costuma ser o piso salarial", diz Ariane.
Por outro lado, o comércio pode ser uma boa oportunidade para quem quer um lugar no mercado, já que é comum os temporários serem efetivados. Afastada do mercado formal desde 2012, quando se tornou mãe, Cláudia Laís Monteiro, 27 anos, volta à ativa em novembro como temporária em uma loja de calçados na expectativa da efetivação. "Por serem em maior quantidade, as vagas temporárias são um caminho para a recolocação no mercado. Além disso, é uma oportunidade de mostrar meu trabalho antes de começar como efetiva", diz.
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