
Preocupada com o impacto da crise econômica internacional sobre o comércio paranaense, a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR) procura ampliar seus programas de qualificação de empresários. O presidente da entidade, Darci Piana, avalia que todo o primeiro semestre ainda será difícil para os comerciantes, principalmente nos segmentos que trabalham com bens de maior valor como automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos e mobiliário doméstico. Já as vendas dos chamados bens não-duráveis, como alimentos, produtos de higiene e medicamentos, não devem ser tão prejudicadas.
No início deste ano, a Fecomércio-PR viu aumentar em 50% o número de atendimentos a empresários, representantes de prefeituras e associações comerciais. De acordo com Piana, os comerciantes solicitam auxílio para melhorar a qualidade e rentabilidade do negócio. "A crise se apresentou mais fortemente para o comércio no início do ano, principalmente pelo impacto das demissões na indústria. O que nos preocupa é a possível ampliação do conjunto de limitações, como a falta de crédito, por exemplo."
A pesquisa conjuntural da entidade mostra que o comércio do interior do estado tem sofrido mais com a crise, quando comparado com a capital. Na região de Foz do Iguaçu houve queda de 14,46% nas vendas no primeiro bimestre de 2009 em relação ao primeiro bimestre do ano passado. Na região Oeste a retração foi de 5,28%. Estes foram os piores desempenhos do estado. Em Londrina, o recuo nas vendas foi de 1,65%. Na capital também houve queda, de 2,45%.
O presidente da Fecomércio-PR aponta a dependência econômica do agronegócio e das exportações como determinante para os índices registrados no interior. "Os municípios de Palmas e União da Vitória sofreram com a queda nas exportações de madeira e as regiões Oeste e Sudoeste foram castigadas pela seca, que acarretou perdas para os agricultores." Na cidade de Foz do Iguaçu registrou-se ainda a diminuição do turismo, diz ele.
Os estabelecimentos comerciais do interior são, em sua maioria, de porte pequeno e médio e dependem quase que integralmente do desempenho agrícola. Segundo Piana, além da dificuldade de financiar o negócio, os empresários enfrentam o aumento da inadimplência. "O desafio mais urgente é fortalecer o comércio das cidades pequenas para evitar que os clientes transfiram suas compras para os grandes centros", diz.



