A Bovespa cedeu à influência externa negativa e encerrou a terça-feira em queda, puxada principalmente por ações de empresas de commodities, num dia também marcado por notícias corporativas que favoreceram algumas ações, pela divulgação de balanços de empresas do índice e pelo exercício de opções.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, fechou em baixa de 1,67 por cento, aos 69.192 pontos. Na mínima do dia o índice chegou cair mais de 2 por cento.
O volume financeiro da sessão foi de 9,86 bilhões de reais, inflado por 2,85 bilhões de reais do exercício de opções sobre ações, montante que ficou abaixo da média dos meses anteriores. Do total, 2,04 bilhões de reais foram opções de compra e 807 milhões de reais para opções de venda.
O dia anunciava um forte viés negativo antes da abertura, com o mercado voltando a atenção para a China, que prepara medidas de controle de preços de alimentos e para combater a especulação nas commodities agrícolas, em meio a rumores de alta no juro.
A frágil saúde financeira da Irlanda e suas consequências sobre o sistema financeiro europeu também agravavam o cenário da sessão.
"Temos essa questão da Irlanda e da China, mas a China pesa mais. Qualquer movimento que a China faz, o mercado fica sensível e, com essa história de subir o juros, ficamos atacados por todos os lados, principalmente em commodities", disse o analista sênior do BB Investimentos Hamilton Moreira.
Nos Estados Unidos, às 18h49, o Dow Jones operava em baixa de 1,7 por cento, enquanto que o S&P 500 cedia 1,73 por cento.
Nesse contexto, as ações de maior liquidez do mercado brasileiro cederam. As preferenciais da Petrobras caíram 1,74 por cento, a 25,40 reais, enquanto as da Vale recuaram 1,75 por cento, para 48,25 reais.
O setor de siderurgia foi um dos que mais contribuiu com a baixa do Ibovespa. As preferenciais da Usiminas perderam 3,52 por cento, para 21,39 reais. Gerdau caiu 4,47 por cento, para 21,36 reais. CSN teve desvalorização de 2,56 por cento, a 28,21 reais.
Altas pontuais
Em meio a esse cenário negativo, notícias pontuais ajudaram alguns papéis a ir na contramão. Foi o caso de companhias do grupo EBX. A mineradora MMX subiu 0,36 por cento, para 13,90 reais, enquanto LLX avançou 0,76 por cento, a 9,25 reais.
Nesta terça-feira, ambas as companhias anunciaram que acertaram a um acordo comercial com a Usiminas para escoamento de produção de minério de ferro e lavra conjunta da mina Pau de Vinho, em Serra Azul, Minas Gerais .
TAM subiu 0,37 por cento, para 41,15 reais. A companhia aérea reportou lucro líquido no terceiro trimestre de 740 milhões de reais, ante ganho de 228,4 milhões de reais no mesmo período de 2009.
"No geral, os resultados operacionais foram muito bons", afirmou o Citi em relatório.
Assim como a TAM, o Banco do Brasil também apresentou balanço nesta terça-feira e terminou o dia em leve alta. As ações do BB subiram 0,15 por cento, para 33,90 reais. No último trimestre o lucro do banco subiu 32,7 por cento na comparação anual, para 2,625 bilhões de reais.
