
Quando a moda do sertanejo universitário estourou no Brasil, um grupo de amigos de Curitiba já estava com tudo preparado para atender a esse público. Eles perceberam uma lacuna no mercado de entretenimento para o gênero e começaram um negócio que rendeu bons frutos. Os sócios fundadores da Wood’s Bar viram a balada sertaneja dar origem a um grupo consolidado, com 19 casas noturnas. Hoje, o grupo WDS, detentor da marca, é o maior do Brasil no ramo do entretenimento.
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Agora, a empresa divide seus investimentos entre expansão da marca e profissionalização, algo importante para que os negócios – promissores – cresçam na proporção adequada, como conta um dos sócios fundadores da empresa, Charles Bonissoni. “Fizemos uma mudança na forma de tratar os nossos negócios. Passamos a investir em funcionários com maior formação e vamos colocar auditoria externa para ficarmos preparados para a política do novo mercado”. Isso tudo para colocar o grupo no mesmo patamar de outras grandes empresas (não apenas do mesmo segmento) e trabalhar, por exemplo, com a abertura de capital.
Dentre as medidas para a profissionalização do grupo WDS está a contratação do primeiro CEO da empresa e, junto com ele, um novo corpo administrativo para gerenciar os negócios. Essas e outras mudanças, como alteração no fluxograma das operações e sistematização de funções, visam aumentar o rendimento no escritório do grupo, que trabalha com onze empresas (entre marcas próprias e parcerias) e tem mais de mil colaboradores empregados direta ou indiretamente.
Início
A ideia de abrir a casa noturna surgiu em 2005, quando o gênero começava a ganhar espaço. Bonissoni conta que os fundadores queriam oferecer uma opção que ainda não existia para o público desse segmento. “Quem gostava de sertanejo ou ia para os ‘bailões’ ou para os shows. Não tinha um negócio pensado em qualidade de atendimento, estrutura e boas opções de consumo, uma balada”. Ele e os amigos, então, foram atrás de modelos bem-sucedidos e adaptaram o formato para o gênero. “Atingimos em cheio o que o mercado estava esperando. Nos tornamos referência de lugar de boa qualidade para ouvir o estilo”, conta.
A concepção e execução do projeto foram rápidas. Após 30 dias desde a primeira conversa, a casa noturna já estava em construção. Seis meses depois, ela foi inaugurada. Essa agilidade foi importante para chegar ao mercado quando a demanda era alta, mas as opções eram escassas. Assim, a Wood’s fidelizou seu público e consolidou sua marca. Não tinha quem não associasse o sertanejo universitário ao nome. Três anos depois do primeiro lançamento, a balada abriu sua primeira filial, em Santa Catarina e em 2010 marcou sua expansão para outras regiões do país.
Negócio sério
Quando os primeiros resultados apareceram e se mostraram sólidos o suficiente para merecer mais investimento, os criadores da empresa redobraram a atenção. Todos deixaram os outros empregos para trabalhar garantindo a qualidade e planejando a expansão.
Para Bonissoni, o essencial foi, desde o início, trabalhar num estilo sério e formal, algo difícil no mercado de entretenimento, pelo menos para aquela época. “Tivemos que quebrar uma série de paradigmas. Começamos o negócio como empresa e não como festa. Essa é uma dificuldade antiga do mercado e que estraga muito negócio em potencial”, afirma.
Expansão
Depois da Wood’s, a empresa abriu mais uma casa noturna, a WS Brazil, dedicada ao samba e pagode. Juntas, as atrações recebem mais de dois milhões de pessoas por ano. O grupo tem ainda rádio FM, empresa de formaturas, agência de publicidade e comunicação e trabalham com a manutenção de direitos autorais, gestão de carreira de artistas e compra e venda de espaços em shows.



