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renda variável

Como escolher ações para guardar por 10, 20, 30 anos

Escolher papéis de empresas confiáveis e manter a calma, mesmo nos momentos de crise, é essencial para quem investe no longo prazo

Mina da Vale em Moçambique: empresa é considerada sólida | Divulgação
Mina da Vale em Moçambique: empresa é considerada sólida (Foto: Divulgação)

Com variação que pode ser sedutora para quem planeja rendimentos imediatos, as ações também podem ser excelentes investimentos no longo prazo. Quem investiu há 20 anos, por exemplo, não tem do que reclamar: o Ibovespa, principal índice da bolsa de São Paulo, valorizou-se 57%, em média, desde 1992. Para comparar, o desempenho nos últimos 12 meses foi negativo em 1,2%.

Para obter bons ganhos, além de calma, é fundamental que os papéis escolhidos sejam de empresas confiáveis e com boas perspectivas de mercado. Caso contrário, o resultado pode ser decepcionante.

"É preciso interpretar que, como um investimento de longo prazo, o investidor não pode se prender à variação diária dos papéis", recomenda Fábio Tadeu Araújo, da Brain Consultoria. Ele pondera que a longevidade dos papéis não é sinônimo de rentabilidade, mas investir em grandes empresas sólidas e com bom histórico assegura bons retornos. No Brasil, as principais entre essas blue chips (como são conhecidas as empresas desse tipo) são a Vale e a Petrobrás. "São empresas que pode ser afetadas por crises econômicas ou variação de preços, mas que temos a certeza de que estarão no mercado por muitos anos", afirma.

O analista de renda variável da corretora Omar Camargo, Felipe Rocha, explica que empresas que atuam nos principais pilares da economia são as mais seguras. "Não é possível imaginar um mundo sem consumo de água, aço ou energia. Por isso as empresas destes setores, como a Copel e Sabesp, são muito procuradas para esta finalidade", afirma. Ele recomenda que o interessado em investir em ações no longo prazo deve acompanhar de perto os resultados das empresas. "Quando compra uma ação, o investidor passa a ser dono de parte da empresa. É preciso acompanhar seu desempenho como se fosse dono dela", explica.

Se a companhia apresentar bons resultados, além dos papéis se valorizarem, os acionistas também têm direito a parte dos lucros, que são chamados de dividendos. Por lei, as empresas são obrigadas a destinar aos investidores 25% do lucro.

Sem prazo

Por mais que um investidor possa comprar ações disposto a recuperar aquele investimento dali a décadas, é recomendável reavaliar os investimentos frequentemente. É importante não se prender ao prazo estabelecido. De acordo com o economista da Brain, se o investidor chegou a um excelente rendimento em um período mais curto que o estabelecido, é interessante resgatar aquele dinheiro para investir em outro papel.

"A bolsa de valores é diferente de um cassino, onde as pessoas ficam com a perspectiva de multiplicar cada vez mais o que ganharam. Não é pecado realizar os lucros em períodos de alta muito expressiva antes do tempo planejado", explica Araújo.

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