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Chrysler

Concordata da Chrysler reflete problemas da GM

Detroit - O pedido de concordata da Chrysler ressalta o quão difícil será para a General Motors concluir seus próprios acordos de reestruturação com seus acionistas e evitar o mesmo destino que sua concorrente.

O fracasso da Chrysler em obter a aprovação de todos os seus 45 credores para que abrissem mão de quase dois terços da dívida de 7 bilhões de dólares forçou a montadora a buscar assistência através de uma concordata nesta quinta-feira (30), apesar de ter fechado uma aliança com a Fiat e obtido concessões dos principais sindicatos.

Convencer os milhares de detentores de bônus da GM a aceitar uma oferta de troca ainda mais impactante até o prazo de 1o de junho imposto pelo governo será tão difícil quanto foi com a Chrysler para a maior montadora dos EUA - isso se não for impossível - dizem analistas.

"Infelizmente, a concordata da Chrysler provavelmente reflete o problema que será convencer os detentores de bônus da GM a aceitar um acordo menos vantajoso do que eles acreditam que conseguiriam no caso de uma concordata", disse Larry Chlebina, gestor de fundos e diretor da Chlebina Capital, que possui bônus da GM.

Especialmente os detentores de bônus que estão segurados com swaps de crédito básico provavelmente irão esperar por um acordo de recuperação melhor na concordata da GM, e não aceitar a recém-lançada proposta da montadora de trocar a dívida por participação, disse Chlebina.

Sob os termos da atual proposta de reestruturação da GM, os detentores de bônus receberiam apenas 10 por cento de participação na empresa reestruturada, em troca de até 90 por cento dos 27 bilhões de dólares devidos pela GM.

Enquanto isso, o governo dos EUA, que concedeu 15,4 bilhões de dólares em empréstimos para manter a GM desde o começo do ano, teria participação de pelo menos 50 por cento na montadora sob o plano de reestruturação.

O sindicato United Auto Workers, por sua vez, teria quase 40 por cento de participação, em troca do acordo que permite a GM que pague apenas 10 bilhões --metade do que deve ao fundo de pensão de saúde da UAW- em ações, e não em dinheiro.

"A atual proposta do governo não parece ser muito favorável para os detentores de bônus", disse Mike Hausman, diretor da consultora em reestruturações O'Keefe & Associates.

"A GM tem muitos hedge funds e detentores de bônus exigentes. Eles vão prestar muita atenção no valor que eles podem conseguir em uma concordata", disse Hausman.

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