Currículos em vídeo
O vídeo-currículo, opção na qual o candidato apresenta seu perfil por meio de um vídeo e coloca na internet em sites como o youtube não fez sucesso no Brasil. Em pesquisas na internet não é difícil encontrar vídeo-currículos de candidatos a vagas em países europeus, como Portugal e Espanha, e até mesmo de argentinos. No Brasil, são poucos os disponíveis para consulta na rede.
Entre os mais visitados do país 4,7 mil acessos até janeiro de 2011 está o de Rogério Martins, de Goiânia (GO), que atualmente é executivo comercial da Industria Universat Eletroeletrônicos. Ele disponibilizou o vídeo em novembro de 2008 no youtube. Martins conta que teve a ideia quando ficou desempregado e ao mandar o currículo para as empresas percebeu que poucas vezes recebia retorno. "Pensei em criar algo diferente e depois que gravei o vídeo passei a receber mais contatos", explica.
Para Martins, o currículo em vídeo exige boa apresentação e ajuda na pré-seleção dos candidatos. Para ele, algumas etapas de seleção poderiam ser eliminadas caso o formato fizesse sucesso. Mas a diretora da Operativa Gestão de Pessoas, Anna Elisa Haj Mussi, acredita que o momento do vídeo-currículo "já passou". "No Brasil não pegou. O que vem crescendo agora é a entrevista via skype ferramenta em áudio e vídeo que permite um diálogo direto pela internet", diz.
Para Anna, seja na entrevista pela rede ou no vídeo-currículo, é fundamental que o candidato procure um lugar reservado, silencioso e sem interferência de outras pessoas. "Um cuidado fundamental é testar os equipamentos antes da entrevista, certamente se o microfone ou a câmera apresentarem problemas na entrevista isso vai prejudicar o candidato", lembra.
Ela explica que com esse recurso é possível analisar não apenar o currículo do aspirante à vaga, mas também a fluência verbal, apresentação, dicção, organização e desenvolvimento das ideias.
Não são poucas as opções encontradas por um candidato que procura manter seu currículo atualizado na internet. Seja pelos sites das próprias empresas ou por redes sociais como o linkedin, o número de candidatos que buscam uma nova oportunidade através das ferramentas online é crescente. Esta afirmação pode ser confirmada pelo investimento que empresas paranaenses têm feito para aperfeiçoarem as ferramentas de busca de candidatos pela internet.
Para George Bettini, gerente de Treinamento & Desenvolvimento e de Recrutamento & Seleção da GVT, "a internet permite uma forma de relacionamento impessoal que facilita e torna possível o contato pessoal com potenciais colaboradores da empresa". Ele destaca quatro maneiras de realizar este contato: e-mails de candidatos que encontram manchetes de destaque positivo sobre a GVT em veículos de internet; o site da empresa que quando visitado por um interessado em ingressar na organização permite que tenha seu currículo cadastrado; o hotsite "trabalhe na GVT", que é um dos carros chefes na captação de currículo; e as redes sociais, como o linkedin, que permitem que profissionais entrem em contato direto com profissionais da GVT e vice-versa.
Desde 1988 em Curitiba, a Operativa Gestão de Pessoas trabalha no Recrutamento e Seleção e Consultoria em RH. A diretora Anna Elisa Haj Mussi destaca que o site da empresa passou por uma reformulação recente para fortalecer a relação com o candidato pelas ferramentas online. "As vagas oferecidas pelos nossos clientes são divulgadas no nosso site e nas redes sociais, como o twitter. Os interessados só precisam preencher um cadastro para concorrer", diz. As empresas têm acesso a um banco de dados formado por todos os candidatos e podem consultar os currículos e procurar um profissional que atenda aos objetivos pedidos.
O que colocar?
Para Anna, um bom currículo online, cadastrado em um site ou disponibilizado nas redes sociais, deve conter os dados pessoais completos, mas apresentados de forma sucinta. Além disso, todas as informações para contato como nome, telefone, endereço, email devem ser colocadas. "É muito importante também destacar o objetivo profissional do candidato. Às vezes isso não fica muito especificado porque o candidato coloca vendas, administrativo, e isso atrapalha na hora de selecionar", avalia.
Relatar as três últimas experiências profissionais e o período também é importante, segundo a diretora. Conhecimento de idiomas e informática, desde que não seja tudo "básico", também são informações relevantes. "O candidato também pode apresentar qualificações para a área específica. Quem busca uma vaga em uma área de vendas, por exemplo, pode informar se tem carro próprio e disponibilidade para viagens", lembra Anna. Ela ainda informou que outras atividades como dar aula, realizar trabalho voluntário e saber a linguagem de sinais são exemplos de diferenciais na seleção.
Quais os erros mais comuns?
Bettini conta que erros de preenchimento e campos deixados em branco são comuns e dificultam a busca do perfil do profissional. "Outro ponto é mentir no currículo, que pode trazer pelo menos duas consequências. A primeira é a empresa solicitar certificados de cursos ou especializações que o candidato não possui. A segunda é o candidato ser contratado para uma determinada e função e não conseguir cumpri-la, o que pode ocasionar sua demissão", diz.
Caso de sucesso
Quando a terapeuta ocupacional Fernanda Cândido Figueiredo Monteiro, de 31 anos, fez o cadastro do currículo na rede social linkedin, não imaginava que poderia receber uma boa oferta de emprego por meio da ferramenta. Ela cadastrou as informações pessoais no início de 2010 e, poucos meses depois, recebeu um telefonema da Whirlpool, multinacional do ramo de eletrodomésticos localizada em Rio Claro, no interior de São Paulo.
Fernanda conta que trabalhava no atendimento clínico em Curitiba e a oferta da empresa de São Paulo foi um grande salto para a carreira. "Na Whirlpool trabalho na área de gestão da empresa, nos setores relacionados com saúde, inclusão e acessibilidade. Aqui, a possibilidade de crescimento é muito maior do que dentro de um consultório em Curitiba". Ela também destacou a rapidez no contato e na contratação. "Quando me ligaram a primeira vez eu estava de férias e nem acreditei, mas realizei uma entrevista por telefone, depois mais uma em São Paulo e 15 dias após o primeiro contato eu estava com a mudança pronta para Rio Claro", conta.
A terapeuta ocupacional acredita que a especialização em ergonomia e o trabalho desenvolvido em Curitiba com deficientes físicos foram os diferencias no currículo. "Eles procuravam alguém justamente com a formação e experiência que eu tinha e utilizaram o linkedin para fazer a busca", destaca. Trabalhando desde junho do ano passado na empresa, Fernanda ainda não acredita que recebeu a oferta por meio da internet, mas garante que vai manter seus dados sempre atualizados no linkedin.
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