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Barracões darão espaço ao comércio no terreno onde será construído o Shopping Boulevard, na Linha Verde | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Barracões darão espaço ao comércio no terreno onde será construído o Shopping Boulevard, na Linha Verde| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Melhorias

Parte norte da Linha terá novas obras só no ano que vem

Com a fase sul da Linha Verde quase pronta, agora é a parte norte que precisa de um gás: de quatro trechos, apenas um deve ficar pronto em 2014 e outro será licitado neste semestre. Novas obras, só em 2015.

A prefeitura de Curitiba espera inaugurar até o fim do ano o primeiro trecho da fase norte, que fica entre o Jardim Botânico e a Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã. Para os outros três trechos da fase norte e mais um na região sul, ainda é preciso fazer a licitação das obras, embora a verba esteja garantida.

"Estamos trabalhando na adequação e melhoria da região para que a operação consorciada da Linha Verde seja vantajosa para o setor empresarial e de construção, de forma que a prefeitura arrecade mais para investir", diz o secretário Reginaldo Cordeiro.

A realização das obras vai melhorar a mobilidade pelo eixo, mas o modelo de ocupação tem sido diferente do visto em outras regiões. A Linha Verde não permite a implementação de uma "via calma", como em outras estruturais. "Se somarmos a cultura do automóvel à questão da segurança e à valorização imobiliária, a tendência é vermos cada vez menos pessoas nas ruas, os pequenos lojistas são grandes heróis", observa o economista da Demian Castro, professor da Universidade Federal do Paraná.

Grandes redes expandem unidades

Reuters

Após o boom de lançamentos nos últimos anos, as grandes empresas do setor de shopping centers preparam a transição para uma agenda com foco em eficiência, incluindo expansão de unidades atuais, venda de ativos não estratégicos e projetos multiuso integrados. O movimento inclui JHSF, Aliansce, BR Malls e Multiplan, algumas delas com operações no Paraná.

Para 2015 serão abertos 35 centros comerciais. No ano seguinte, o número cai para 16. Enquanto isso, 66% do shoppings no país estão ou pretendem começar uma expansão nos próximos meses, segundo dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce). "É o próprio ajuste do shopping. É uma forma de entrarem novas lojas, adequar o mix de lojas", disse a superintendente da associação, Adriana Colloca.

Com quatro shoppings em operação e dois em desenvolvimento, a JHSF inaugurou neste ano a terceira expansão do shopping de alto padrão Cidade Jardim, na capital paulista. "Consideramos estratégico investir na expansão dos empreendimentos que já fazem parte do portfólio, pois apresentam relação retorno investimento amplamente favorável", disse o presidente-executivo da JHSF Shoppings, Robert Bruce Harley.

A Aliansce desde 2013 preferiu não lançar shoppings devido à fraca expansão econômica do país. No fim de junho, a empresa tinha sete expansões previstas para os próximos 30 meses. A BR Malls tem dois projetos com inauguração prevista até 2015. Já as expansões agendadas compreendem seis shoppings e vão adicionar 40,9 mil m² à ABL própria até o segundo semestre de 2016.

A confirmação da construção de três shoppings na área de influência da Linha Verde vai consolidar a vocação comercial do novo eixo estrutural de Curitiba. A região ganhou um perfil que mistura condomínios residenciais e comércio de grande porte, como atacados e shopping centers. É um formato diferente de outras vias estruturais, onde há mais espaço para pequenos comércios.

INFOGRÁFICO: Confira a estratégia para construção de estabelicimentos na Linha Verde

Juntos, quando concluídos, os shoppings Atuba, Plaza Jockey e Park Shopping Boulevard devem somar 399 mil m² de área total construída, oferecendo varejo, alimentação, serviços e lazer em três regiões distintas da Linha Verde. Com previsão de inauguração para 2017, os projetos foram recentemente confirmados pelos grupos investidores e vão acelerar as mudanças na Linha.

"Os empresários que já estão presentes devem aumentar os investimentos. Depois de prontos, os shoppings devem atrair muitos compradores para os condomínios e edifícios residenciais da região", analisa o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa.

A região, que antes tinha aspecto de rodovia e era caracterizada por estabelecimentos como postos de combustível, restaurantes de beira de estrada, oficinas e borracharias, já mudou de cara com estabelecimentos como shoppings de automóveis, hipermercados e grandes lojas. Desde 2012, foram inaugurados o Autoshop Linha Verde, que reúne 25 concessionárias, o Muffato Max, com mais de 15 mil m², a Leroy Merlin, a Mega Casa China e a Decathlon.

"À medida que a região se valoriza, começa a expulsar barracões logísticos, pontos industriais e lojas de atacado de menor valor, que dão lugar a grandes investimentos", diz Araújo. Para ele, as lojas do pequeno varejo chegarão em alguns anos, quando houver mais densidade populacional.

Shoppings

Na região norte da via, o Shopping Atuba deve atrair moradores de bairros como Santa Cândida, Bacacheri e Bairro Alto. Além de lojas, cinema e praça de alimentação, o local vai abrigar um centro médico com 28 conjuntos. "A região está ganhando um novo perfil, de famílias mais jovens com bom poder aquisitivo, por isso decidimos oferecer o que falta aos moradores, um mix de comércio, lazer e serviços próximo a suas residências", diz Félix Strobel Junior, diretor da incorporadora Mendocino Participações, parceira da construtora Strobel no empreendimento.

Junto ao Jockey Clube e próximo à Linha Verde, o Jockey Plaza Shopping Center, do Grupo Tacla, deve ser o maior shopping de Curitiba, com 220 mil m² de área construída, contra 154 mil m² do Shopping Palladium, atualmente o maior da cidade.

Já o Park Shopping Boule­vard, um investimento do empresário Icek Gelhorn, fica mais ao sul e deve abrigar aproximadamente 270 espaços comerciais, além de salas de cinema e uma alameda de restaurantes. "O projeto do estabelecimento vai de encontro ao grande objetivo da Linha Verde, que é de remover indústrias e caminhões e transformar a região em uma área urbana a serviço da população", diz o arquiteto Marco Calábria, responsável pelo projeto.

Alvarás

Segundo informações da Secretaria de Urbanismo de Curitiba, entre outubro de 2012 e agosto de 2014, foram concedidos 21 alvarás para a região, incluindo tanto empreendimentos residenciais quanto comerciais, e comercializados mais de R$ 34 milhões em Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Ao todo, mais 87 mil metros quadrados já têm construção autorizada. "Com a Linha Verde, os bairros que ficavam do outro lado da rodovia estão totalmente integrados e os investimentos devem valorizar muito a região", diz o Secretário Municipal de Urbanismo Reginaldo Cordeiro.

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