• Carregando...
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

O evento começou ontem, mas há várias semanas uma espécie de inventário está sendo feita pelos organizadores do V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. O objetivo é "prestar contas" com a natureza. Todas as emissões de carbono derivadas da promoção do evento estão sendo contabilizadas, para depois serem neutralizadas.

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, que organiza o congresso em Foz do Iguaçu, está controlando as emissões em parceria com a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).

"Estamos realizando uma grande pesquisa e utilizando várias metodologias para medir o máximo possível de emissões e chegar o mais perto da realidade", explica a diretora-executiva da Fundação, Malu Nunes. "Mas, na prática, essa questão ainda é muito nova e algumas coisas estão em experimentação."

Como medir

A medição das toneladas de carbono emitidas começou ainda na fase de produção dos materiais do congresso. Segundo Malu, estão sendo calculadas as emissões para o transporte de todos os itens, o deslocamento dos mais de 50 palestrantes e de toda a equipe de organização, composta por cerca de 30 pessoas, além das pessoas responsáveis pela infra-estrutura do evento.

Durante o congresso propriamente dito, também será contabilizado o consumo de energia elétrica e de gás e até o lixo resultante das refeições oferecidas.

Feito o cálculo, as duas entidades vão decidir que tipo de ações serão desenvolvidas para neutralizar o carbono emitido. "Pode ser através da plantação de árvores, ou ampliando uma área de proteção que a SPVS já tem no litoral", diz Malu.

"Mas queremos ter a garantia de que essas plantas chegarão à vida adulta e realmente vão compensar as emissões."

Para todos

Segundo Malu, a iniciativa de neutralizar emissões de carbono pode – e deve – estar também no dia-a-dia das empresas. Para isto, ela sugere, por exemplo, que os empresários comecem apoiando algum tipo de ação já existente. "Muitas ONGs [organizações não-governamentais] têm projetos em desenvolvimento com impactos ótimos", diz. "Nesse caso, além de contribuir para o aquecimento global, a proteção possibilita a conservação da biodiversidade e manutenção de processos ecológicos."

O engenheiro florestal Rodnei Marchesi está apostando justamente nessa estratégia para criar o novo serviço de sua consultoria Nectranda. A empresa, especializada em projetos ambientais, fez parceria com um grupo de advogados paulistas, donos de um um terreno de cerca de 960 hectares da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, em Tijucas do Sul (região metropolitana de Curitiba).

A área será reflorestada com o "patrocínio" de empresas que querem neutralizar suas emissões de carbono. "O cálculo será feito com as informações oferecidas pelas empresas em um questionário e o plantio será auditado por uma consultoria externa", diz Marchesi.

A idéia é oferecer a opção para qualquer tipo de empresa e também para indústrias e prestadores de serviço. "Até mesmo pessoas físicas já se interessaram por comprar um espaço."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]