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O Conselho de Administração da Petrobras interrompeu, no meio da tarde, sua reunião mensal, que acontecia desde as 9h desta sexta-feira (31), no escritório da empresa em São Paulo. A reunião é a primeira que acontece depois de o governo ter retomado as discussões para avaliar a concessão de um reajuste "simbólico" para os combustíveis e também de a Petrobras ter anunciado que iria aprofundar as investigações sobre denúncias de corrupção que se tornaram públicas a partir da Operação Lava Jato.

O encontro dos dez conselheiros está previsto para ser retomado na próxima terça-feira, também em São Paulo. A reunião já foi interrompida em outras ocasiões em que a pauta mostrou-se extensa.

Internamente, a presidente da Petrobras, Graça Foster, reconhecia como necessário um aumento de 10%, mas o percentual a ser concedido deverá ficar bem abaixo, devido à preocupação do governo de pressionar a inflação. O último reajuste foi concedido há onze meses.

Atualmente, com a queda no preço do petróleo, a defasagem praticamente deixou de existir --o que favorece a decisão de um reajuste menor. Nos momentos mais críticos, a defasagem chegou a 20% na gasolina e no diesel.

Até meados da semana, com o recuo do preço do barril de petróleo para a casa de US$ 85 --ante cerca de US$ 100 ao longo do ano, a defasagem era 3% no diesel, enquanto a gasolina já era vendido a preço ligeiramente acima da cotação internacional, de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Mas, embora tenha estancado as perdas financeiras diárias com a venda de derivados, a Petrobras precisa ainda reduzir os prejuízos passados, que segundo cálculos da corretora Gradual foi da ordem de R$ 60 bilhões nos últimos quatro anos.Procurada, a Petrobras não informou por que a reunião foi interrompida nem quais decisões já foram tomadas.

Investigação

Nesta semana, a Petrobras anunciou ter contratado dois escritórios de advocacia, o americano Gibson, Dunn & Crutcher e o brasileiro Trench, Rossi e Watanabe para auxiliá-la nas investigações.

Ambos se apresentam como especializados em FCPA (Foreign Corrupt Practice Act), lei americana que prevê pesadas penas e multas a empresas estrangeiras com ações em bolsas americanas que sejam flagradas em corrupção. A Petrobras tem ADRs (títulos lastrados em ações) negociadas na Bolsa de Nova York (NYSE).

A contratação ocorreu dias depois de a Petrobras ter sido pressionada a aprofundar a apuração pela PwC (PricewaterhouseCoopers), empresa que audita seus balanços, sob ameaça de não avaliar as contas do terceiro trimestre e, em caso extremo de omissão, relatar o episódio à SEC (Securities Exchange Commission, o órgão que regula o mercado de capitais americano).

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