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Os novos empréstimos consignados para trabalhadores do setor privado, que começaram a ser concedidos no final de março, adicionarão aproximadamente 0,6 ponto percentual ao crescimento do PIB brasileiro, o equivalente a R$ 70 bilhões em termos anualizados, até o final do ano que vem, projeta a XP Investimentos
O impacto será gradual: um terço (0,2 p.p.) ocorrerá em 2025 e dois terços (0,4 p.p.) em 2026. A implementação escalonada deve-se ao tempo necessário para que bancos e financeiras desenvolvam produtos e os trabalhadores acessem a nova modalidade de crédito.
A medida faz parte de um conjunto de iniciativas do governo federal para tentar evitar uma desaceleração mais forte da atividade econômica. O mercado financeiro projeta que pela primeira vez depois de quatro anos seguidos a economia brasileira não deverá crescer a um ritmo próximo ou superior a 3%.
Outras medidas que foram postas em prática foram as mudanças nas faixas de renda para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e a autorização em março para um saque extraordinário no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para aqueles que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos entre 2020 e 28 de fevereiro.
Como o consignado privado deve estimular a economia
Os novos empréstimos consignados impulsionam a atividade econômica por dois meios:
- Consumidores trocam dívidas com juros elevados por empréstimos consignados mais baratos, reduzindo o custo do endividamento familiar.
- Ampliação do acesso ao crédito para trabalhadores do setor privado, estimulando diretamente o consumo.
As modalidades de crédito que devem ser substituídas pelo consignado incluem:
- Empréstimos pessoais não consignados
- Cheque especial
- Rotativo do cartão de crédito
Todas essas opções possuem taxas de juros significativamente mais altas que o consignado, o que explica o potencial de alívio financeiro para as famílias, explica a corretora.
Apesar de projetar desaceleração econômica nos próximos anos devido à inflação persistente, juros elevados e instabilidade global, a XP Investimentos considera que o consignado privado funcionará como importante "amortecedor", sustentando o consumo e contribuindo para a resiliência da economia doméstica.