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O consórcio liderado pelo Royal Bank of Scotland formalizou nesta terça-feira a proposta de 71,1 bilhões de euros (95,7 bilhões de dólares) para a compra do grupo holandês ABN Amro, superando a oferta feita pelo britânico Barclays com quem trava uma batalha pela maior aquisição mundial no setor bancário.

Em movimento há muito esperado, o trio de bancos elevou a parte em dinheiro da proposta inicialmente esboçada, mas reforçou que a oferta está condicionada à disputa pelo braço norte-americano do ABN, o banco LaSalle.

Sob a proposta do consórcio, o RBS ficará com as operações de banco de investimento do ABN e atividades nos Estados Unidos e Ásia. O Santander ficará com o italiano Antonveneta e os negócios brasileiros do banco holandês. Enquanto isso, o Fortis quer ficar com a operação na Holanda do ABN para criar o maior banco de varejo da região de Benelux.

O Barclays tem por objetivo criar o quinto maior banco do mundo com a tentativa de aquisição do ABN e vê o crescimento rápido da instituição holandesa no Brasil e Ásia como meio de acelerar sua expansão.

A proposta apresentada pelo trio de bancos equivale a 38,40 euros por cada ação do ABN -30,40 euros em dinheiro, mais 0,844 novas ações do RBS. A oferta pode pressionar o Barclays a elevar sua proposta, toda em ações, avaliada em 64 bilhões de euros.

"Este acordo oferece um valor melhor para os acionistas do ABN, e nós antecipamos a vitória do consórcio", afirmou Alex Potter, analista da Collins Stewart, em Londres.

Apesar disso, as ações do ABN recuaram 0,94 por cento, para 35,76 euros, no início dos negócios desta terça-feira, dado que a oferta do trio ficou em linha com o indicado há um mês.

O consórcio do RBS, Fortis e Santander tem sido, até agora, rejeitado pela administração do ABN, que concordou com a proposta apresentada pelo Barclays .

O trio de bancos informou que prefere fechar um acordo com a administração do ABN, mas indicou que irá direto aos acionistas se isso for necessário. O trio espera que a oferta seja colocada lado a lado à proposta do Barclays em caso de apresentação para voto dos investidores do ABN.

"Todas as ofertas devem ser apresentadas aos acionistas, e eles precisam permitir aos acionistas decidir em um ambiente nivelado", afirmou Fred Goodwin, presidente-executivo do RBS, a jornalistas durante teleconferência.

Goodwin disse que o apoio dado por 70 por cento dos acionistas do ABN, no mês passado, à proposta de vender ou fundir partes de seus negócios indicou sustentação à oferta do consórcio. "Não acho que eles poderiam ser mais claros", disse o executivo.

LASALLE

Os três bancos insistiram que uma condição da oferta é que o acordo inclua a compra do LaSalle, o qual o ABN concordou em vender para o Bank of America por 21 bilhões de dólares, ao mesmo tempo em que concordou ser comprado pelo Barclays.

Uma corte comercial holandesa suspendeu a venda do LaSalle, mas defendeu que os acionistas do ABN devem votar sobre a questão. A corte suprema do país deve decidir sobre a questão até meados de julho.

Goodwin informou que o trio de bancos teve discussões "amigáveis e profissionais" com o Bank of America sobre o LaSalle, mas as conversas não resultaram em acordo.

Ao ser questionado se considerava a possibilidade de dividir os ativos do LaSalle entre o RBS e o Bank of America, Goodwin evitou fazer comentários sobre questões específicas, mas disse: "Estamos dispostos a ter uma conversa sensata com o Bank of America".

O consórcio estima que a fusão geraria economias anuais de custos de 4,2 bilhões de euros e aumento dos lucros por conta de melhoria das receitas no valor de 1,2 bilhão de euros até o final de 2010.

O RBS responderá por 38 por cento da oferta, ou 27,2 bilhões de euros. O Fortis pagará 24 bilhões de euros e o Santander os 19,9 bilhões de euros restantes.

O banco britânico não comentou a formalização da proposta do consórcio.

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