
Com licitação prevista para iniciar nas próximas semanas, a construção do metrô curitibano está prestes a sair das pranchetas da prefeitura para as planilhas das empresas que assumirão a responsabilidade de inaugurar o primeiro modal subterrâneo sobre trilhos do estado. A tarefa, segundo a previsão de especialistas e entidades, deve ficar mesmo a cargo das poucas gigantes do setor, relegando a empresas paranaenses papéis secundários na obra ao longo dos próximos cinco anos.
Os questionamentos e sugestões encaminhados à prefeitura após a audiência pública de janeiro mostram que o metrô já está no radar das empresas. Entre as que se manifestaram, inclusive por meio de longas análises e pedidos de mudanças no edital, estão Siemens, Alstom Brasil, Grupo Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez todas responsáveis pela operação da Linha 4 Amarela do metrô de São Paulo, o primeiro empreendimento do país formatado no modelo de Parceria Público-Privada (PPP), que será replicado em Curitiba.
Investimento
A formação de consórcios para participar da licitação e oferecer o serviço é comum em projetos deste porte, justamente pela necessidade de reunir a capacidade e a experiência operacional necessárias tanto para a construção civil quanto para a gestão do transporte, além do vultuoso aporte financeiro. No metrô curitibano, a iniciativa privada deve investir sozinha R$ 1,3 bilhão, o que corresponde a quase 30% dos recursos previstos para a obra. Para especialistas, experiência na área e fôlego contábil são justamente o que faltam para mais empresas assumirem empreitadas deste porte.
"No Brasil, quem tem apetite e interesse nesses projetos são basicamente as grandes construtoras e empreiteiras. São empresas que têm de ter uma robustez financeira muito grande para oferecer garantias para eventuais financiadores e atrair recursos para entrar com capital próprio", avalia o sócio da Creta Planejamento e colaborador do Portal PPP Brasil João Cortez.
Entre as empresas locais que já demonstraram interesse na obra estão as empreiteiras CR Almeida e J. Malucelli, que se reuniram por meio de consórcio para formular um projeto dentro do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). As duas, porém, foram preteridas pelo consórcio Triunfo Participações e Investimentos S/A. A Triunfo, que tem sede em São Paulo, já atua no Paraná, administrando a Econorte, concessionária responsável por 341 quilômetros em cinco rodovias. Tanto a Triunfo quanto o consórcio CR Almeida/J. Malucelli fizeram sugestões e tiraram dúvidas sobre a minuta do edital.



