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O cálculo sobre o valor de mercado da mineradora Vale, que teria superado o da Petrobras nesta quinta-feira (19), é divergente entre consultorias ouvidas pelo G1 nesta sexta-feira (20). Economistas utilizam metodologias diferentes para avaliar qual das duas empresas é mais valiosa no mercado de ações brasileiro.

O valor de mercado representa, na teoria, o preço de uma ação da companhia multiplicado pelo número total de suas ações; representa, na prática, quanto dinheiro seria necessário para comprar todas as ações da companhia disponíveis no mercado.

Segundo definição da Bovespa, o valor de mercado é a somatória do valor das ações emitidas para negociação num determinado mercado, valorizada a preços correntes.

Com base no fechamento na quinta-feira (19) dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o valor de mercado registrado pela Vale foi de R$ 254,9 bilhões, maior que o da Petrobras, que foi de R$ 253,1 bilhões, segundo o diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, com base em informações da Bloomberg.

Para esse cálculo, são consideradas também as ações em tesouraria, ou seja, papeis que estão em posse da empresa.

O número é diferente do obtido pela consultoria Economática, que afirma que o valor da Petrobras não foi superado pelo da Vale nesta quinta porque, para a realização do cálculo, não é correto considerar as ações que estão em tesouraria. Na avaliação da Economática, o valor de mercado da Petrobras seria de R$ 253,1 bilhões e o da Vale, de R$ 251,4 bilhões.

"Se o valor de mercado é, em teoria, o quanto um investidor gastaria para comprar todas as ações da empresa, as ações na tesouraria da empresa não devem ser computadas porque, ao comprar todas as outras ações, este investidor automaticamente passaria a ser dono também das ações que estão na posse da empresa", afirmou em nota Fernando Exel, presidente da Economatica

Segundo a Economatica, não deveriam ser computadas as 77 milhões de ações que a Vale tem em tesouraria. De acordo com a consultoria, o cáculo do valor de mercado deve ser feito com a quantidade de ações disponíveis no mercado.

Nesta sexta-feira, às 10h54, pouco depois do início do pregão, as ações da Petrobras subiam 0,04%, cotadas a R$ 26,79.

Ações da Petrobras

Os papeis da Petrobras têm apresentado desvalorização devido às incertezas quanto à capitalização da estatal, que fizeram com que as ações fechassem a quinta-feira com desvalorização de 3,25% e as ordinárias, de 3,64%.

Os investidores demonstram preocupação com o preço do barril de petróleo avaliado pela auditoria contratada pela Agência Nacional do Agência Nacional do Petróleo (ANP) para as reservas da União no pré-sal. Além disso, pesa o receio de adiamento da capitalização da estatal para 2011.

Embora não tenha surtido efeito no mercado, a Petrobras enviou comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com esclarecimentos sobre reportagens publicadas ontem e hoje na imprensa a respeito do preço do barril que será usado como referência na cessão onerosa.

"Até o momento, qualquer discussão sobre o valor dos barris da Cessão Onerosa é mera especulação, isso porque os laudos das certificadoras ainda não estão prontos", diz a empresa, no comunicado.

A ANP ainda divulgou nota afirmando que receberá hoje o relatório preliminar da empresa Gaffney Cline sobre a certificação dos reservatórios do poço Franco, que será utilizado no processo de capitalização da Petrobras. O relatório final será entregue à Agência no final do mês. A ANP repassará todo o material ao governo federal.

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