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Decisão

Contratos portuários não serão prorrogados, define Antaq

Licitações, que estavam suspensas por liminares judiciais, devem acontecer em 2012

Decisão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (22), sepultou qualquer possibilidade de prorrogação dos contratos de 77 terminais em 15 portos do país - incluindo alguns em Santos e no Rio. As licitações, que estavam suspensas por liminares obtidas na Justiça, devem acontecer ainda em 2012.

A pressa tem em vista o fim dos contratos de arrendamento de terminais assinados antes de 1993. Há riscos de as empresas interromperem a operação cotidiana nos portos, na ausência de contrato ou diante da possibilidade de perderem o direito ao terminal.

A incerteza jurídica em relação à renovação desses contratos travava há meses investimentos em um setor fundamental para o comércio exterior e a logística nacional. A decisão da Antaq atende à recomendação da presidente Dilma Rousseff, que determinou em janeiro celeridade para o assunto.

Um erro textual em ofício da Advocacia Geral da União (AGU) acabou acarretando atrasos nos processos de licitações e abriu brechas para as ações na Justiça. Inicialmente, a Antaq havia aprovado a possibilidade de renovação dos contratos atuais, mas em consulta à AGU obteve resposta enfática contra a prorrogação. Porém, por causa de uma falha de revisão, na última linha do ofício enviado pela AGU à Antaq, escreveu-se que a AGU concordava com o conteúdo proposto, ou seja, seria a favor da prorrogação dos contratos.

Com base nessa linha desconexa do ofício, a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) conseguiu liminar na Justiça para que se publicasse a primeira decisão da Antaq pela prorrogação. Apenas nesta quarat-feira, com a publicação de revogação da norma anterior da agência, seguindo a recomendação da AGU, houve uma definição jurídica em favor das novas licitações, avaliou Marcelo de Siqueira Freitas, procurador-geral federal.

Wilen Manteli, presidente da ABTP, no entanto, não considera o assunto encerrado e diz que as empresas podem recorrer à Justiça, se entenderem que têm direito à renovação dos contratos. Procurada, a Antaq não se manifestou sobre a questão.

"No meio desse tiroteio de resoluções, eu não estou entendendo bem a decisão", disse Manteli.

Até 1993, antes da Lei dos Portos, bastava um contrato entre a companhia de docas de cada estado e a empresa interessada para operação dos terminais. Esses contratos eram revistos a cada dez anos. A lei previu possibilidade de renovação dos contratos por duas vezes. Por isso, 2013 acumula vencimentos.

O novo modelo que essas licitações vão seguir ainda é mantido em segredo. Não se sabe se o governo vai optar por arrendamento, concessão ou pelo regime de outorga, como as concessões dos aeroportos, além dos novos prazos. Mas já existe decisão de procurar melhorar a gestão e o aproveitamento dos terminais.

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