Interessada em fazer um grande investimento no estado de São Paulo, a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) esbarrou no edital do leilão de venda da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), que impede a participação de estatais de outros estados na disputa. Na semana passada, a empresa paranaense protocolou uma objeção ao documento. Nesta terça-feira, durante a reunião semanal com o secretariado, o governador Roberto Requião fez um apelo público ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, para que revogue este item do edital.
A CTEEP surgiu da cisão da antiga Companhia de Energia Elétrica de São Paulo (Cesp), que era responsável pela geração e transmissão da energia elétrica naquele estado. Se for autorizada a participar, a Copel colocará a compra da companhia paulista entre suas metas de expansão.
Segundo o presidente da empresa, Rubens Ghilardi, a Copel vive hoje a "segunda onda" da sua trajetória de reconstrução iniciada há cerca de 3 anos, quando a atual gestão assumiu a empresa com um dívida de cerca de R$ 320 bilhões. "A primeira para assegurar a sobrevivência foi vencida há pouco com a solução do problema da Usina Elétrica a Gás (UEG) de Araucária. Nosso desafio foi reunir a empresa novamente em uma só e renegociar contratos que literalmente quebraram o caixa."
A UEG pode ter seu funcionamento adiantado por conta do pedido do Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) à Copel para que agilize as correções necessárias ao funcionamento da usina. O pedido leva em conta a estiagem na Região Sul, que tem afetado o nível de armazenamento de água das hidrelétricas.
A "segunda onda" da trajetória da Copel deve durar mais quatro ou cinco anos, explica Ghilardi, e pretende ampliar a produtividade da companhia. Em paralelo, a empresa vai passar pelo que Ghilardi chamou de "terceira onda" com foco na expansão dos negócios, em especial quanto à geração e transmissão de energia e, como consequência, o crescimento da receita. "Queremos disputar com agressividade cada vez maior as novas concessões para usinas e linhas de transmissão", diz. Até o fim do ano, os investimentos da companhia devem totalizar R$ 2,6 bilhões.



