O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros em 11,25%. A decisão unânime interrompe um ciclo de dois anos de queda da Selic, que teve início em setembro de 2005.
Na última reunião do Copom, há 45 dias, já houve a sinalização de que o ciclo seria interrompido, quando o ritmo de queda desacelerou-se e a taxa foi cortada em apenas 0,25 ponto percentual. A queda sistemática da Selic começou em setembro de 2005, quando a taxa passou de 19,75%, para 19,50% ao ano.
A determinação desta quarta dá corpo aos temores de que a pressão sobre os preços pode ser prejudicial à economia. Apesar de os preços estarem contidos, tem havido um aumento pontual em alimentos, o que prejudica o bolso das famílias das classes média e pobre.
De olho no ano que vem
No último Boletim Focus, do BC, que saiu na segunda-feira (15), a previsão do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,01% para 3,91%. Para 2008, estimativa foi mantida em 4,10%. Os analistas ouvidos pelo Banco Central também projetaram que a Selic entra em 2008 com uma taxa de 11%.
A taxa básica de juros é definida com base no sistema de metas de inflação, mas como há uma defasagem de cerca de seis meses para que a economia sinta o impacto da Selic, o BC já está mirando na inflação do ano que vem. Ao baixar os juros, o Banco Central estimula o consumo e, ao elevá-los, impede o crescimento dos gastos da população e, conseqüentemente, controla a inflação.
Para este ano e para 2008, a meta central da inflação é de 4,5%. Como existe um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo, pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. A estimativa de inflação do mercado financeiro para o próximo ano está em 4%, - abaixo, portanto, da meta central de 4,5%.
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