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Os brasileiros estão buscando mais o penhor de jóias na hora do aperto financeiro. Mesmo antes da escassez de crédito causada pela crise mundial, o volume de empréstimos nessa modalidade cresceu 2,3% em todo o país até 26 de setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados da Caixa Econômica Federal mostram que o total aplicado teve um crescimento de R$ 85 milhões.

O Rio, que teve crescimento de 1,7%, está entre os estados que apresentaram maior incremento no valor aplicado, que passou para R$ 730.206.639. Olho no abono

Mas, para o economista Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec, esse crescimento ainda não reflete os efeitos da crise financeira mundial. Segundo ele, nesta época do ano, o consumidor já começa a fazer operações contando com o décimo terceiro salário.

"As pessoas começam a jogar com o décimo terceiro. Pegam empréstimo no penhor agora para quitar em novembro, com a primeira parcela do abono. Resgatam num prazo mais curto", explicou o economista. Maioria ganha até R$ 4.150

Na clientela do penhor, as mulheres são maioria: correspondem a 57,6% do total, segundo a Caixa. A maioria (45,3%) tem entre 36 e 50 anos e 46,9% ganham entre cinco e dez salários mínimos por mês (R$ 2.075 a R$ 4.150). Ao serem perguntados por que optaram por essa modalidade de crédito, 28,2% atribuíram a escolha à rapidez no pedido do empréstimo e 18%, aos juros baixos.

"O penhor é muito procurado pela facilidade do empréstimo. Não tem restrições, a pessoa pode recorrer a ele mesmo com o nome sujo. A garantia não é o nome, é a jóia", explica Braga. Valor sentimental e desenho são subestimados

Mas o economista alerta para dois fatores que devem ser levados em conta na hora de pôr bens de família no prego. Um deles é o valor sentimental, que não tem preço. Outro é o acabamento, o feitio da jóia, que é subavaliado.

"A avaliação é mais pelo peso e pela pureza do material. Se você tem uma jóia sofisticada, isso é desprezado no penhor".

Ainda segundo o economista, ainda é cedo para avaliar se essa alta na procura é reflexo da carência de crédito, mas a operação pode vir a ser uma alternativa em tempos de turbulência econômica.

"É uma alternativa por conta das taxas de juros, que são baixas. Mas ainda há o risco de perder o bem."

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