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Indústria

Crescimento será menor, diz CNI

Armando Monteiro Neto, presidente da confederação, disse que a expansão da indústria nacional deve ser de 5,5% – abaixo da previsão inicial de 8%

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, declarou ontem em visita à Olimpíada do Conhecimento – torneio de educação profissional que termina hoje em Curitiba – que a indústria deve crescer menos do que o esperado em 2008, em média, 5,5%. O principal motivo seria a alta do preço do petróleo, que apesar das recentes quedas ainda não refletiu no setor industrial. "A elevação ainda pressiona preços como o do plástico, por exemplo. Por isso, projetamos um crescimento próximo ao do PIB. Para 2009, a expectativa é de estabilização."

A alta nos índices de inflação observada, principalmente, desde o fim de 2007, também contribuíram para esse crescimento aquém do esperado, disse Monteiro Neto. "Houve um arrefecimento da produção, e a retomada acaba sendo tardia."

Sobre o aumento na taxa básica de juros (hoje, de 13% ao ano) praticado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o presidente da CNI acredita que a medida foi uma maneira de conter a expansão de crédito, mas que o ciclo de aumento no consumo não pode ser quebrado. "Tem de haver uma dosagem, não podemos abortar o crescimento das vendas, que é benéfico para a economia como um todo." Apesar da última queda do indicador oficial de inflação (passou de 0,74% em junho para 0,53% em julho), os preços altos ainda geram preocupação da indústria. "O momento econômico no Brasil é favorável, mas ainda existe essa pressão e não podemos descuidar".

Licença-maternidade

Armando Monteiro Neto também falou sobre o projeto de lei aprovado na última quarta-feira pela Câmara dos Deputados que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses. O presidente do conselho de relações do trabalho da CNI, Francisco Gadelha, já havia declarado à imprensa na quinta-feira que "quatro meses estão de bom tamanho". "Nosso companheiro já se manifestou sobre o assunto e reitero. A intenção é generosa. É claro que o Brasil quer oferecer uma condição melhor para os trabalhadores. Porém a ampliação não irá trazer mais custos apenas para as empresas, mas também para o contribuinte. O custo para a sociedade será alto". O representante dos industriais questionou ainda a prioridade da medida. "O país tem carência em tantas outras áreas. Acho que os esforços podiam ter sido direcionados para outros problemas".

A atual conjuntura econômica brasileira, de acordo com Monteiro Neto, é favorável e deve se manter assim. "Não acredito em uma desaceleração, salvo em algumas situações pontuais. O ritmo deve ser de crescimento." As vendas recordes no varejo registradas nesta semana, porém, não significaria reflexo de desenvolvimento: "Isso foi estimulado pela expansão de crédito, tanto que já se fala na queda de consumo de alguns bens essenciais, como os alimentos. De qualquer maneira, os resultados para a indústria são favoráveis, estamos investindo muito, com expectativa de ganhos produtivos".

Serviço:

A Olimpíada do Conhecimento, que termina hoje, é realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com apoio do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Ela ocorre no câmpus da Universidade Positivo, na Cidade Industrial de Curitiba.

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