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Construção civil

Crise devolveu normalidade ao mercado, diz Sinduscon

Ao apresentar o balanço do setor ontem, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), Hamilton Pinheiro Franck, fez questão espantar qualquer tom pessimista, e iniciou a conversa dizendo que isso é "coisa dos alarmistas, sem base fundamentada", e que a crise financeira internacional veio "em boa hora". O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve fechar o ano com um crescimento de cerca de 10% em relação a 2007. Para 2009, a expectativa é um crescimento bem menor, na ordem de 6% – uma desaceleração que, na opinião do dirigente, só traz o mercado de volta ao seu normal.

"Havia uma euforia desmedida por parte de algumas empresas do setor e também por compradores, que achavam que ia comprar hoje para vender ano que vem com um lucro enorme", diz Franck. "Imóvel é sim um ótimo investimento, mas não é instrumento de especulação. O mercado estava fora do normal."

De acordo com os dados apresentados ontem pelo Sinduscon-PR, o volume de financiamentos de imóveis com recursos da caderneta de poupança deve chegar a R$ 30 bilhões no fim do ano – totalizando cerca de 250 mil unidades em todo país, sendo cerca de 13 mil no Paraná. Outros R$ 10,5 bilhões em financiamento devem ter origem no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – R$ 650 milhões no Paraná.

O presidente da entidade diz que as dificuldades de concessão de crédito trazidas pela crise financeira internacional não devem afetar o setor de construção civil, que vive hoje um momento bastante favorável. "As condições hoje são bastante honestas, se pensarmos em taxas entre 6% e 12% ao ano. Além disso, o Brasil tem muito espaço para crescer." O estoque de financiamento habitacional corresponde a 2% do PIB brasileiro – bem abaixo de outros países latino americanos. "Podemos chegar a 10% em quatro anos, sem nenhuma grande aventura."

Segundo os dados divulgados ontem pelo Sinduscon, a área liberada para novas construções chegou a 2,87 milhões de metros quadrados entre janeiro e outubro deste ano – um aumento de 66% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o fim do ano, o número deve ultrapassar a faixa dos 3,4 milhões de metros: mais que o dobro do liberado em 2007.

Abyara

Com relação aos lançamentos de imóveis, Franck diz que não houve frustrações ao longo do ano, nem com o início da crise. "O que aconteceu foram situações pontuais, se empresas que tinham problemas de gestão e que teriam problemas uma hora ou outra. A crise só acelerou." No começo de novembro, a Abyara anunciou corte no seu quadro de funcionários e a suspensão de novos lançamentos. A construtora confirmou, no entanto, que vai finalizar os dois empreendimentos já lançado em Curitiba.

Até o fim do ano devem ser lançadas 6,9 mil unidades residenciais (em prédio) em toda capital. O número, de acordo com o Sinduscon, é quase 80% maior do que o registrado em 2007.

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