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Pela primeira vez, os países da América Latina e do Caribe se reúnem sem Estados Unidos e Canadá. Nesta segunda-feira, foi realizada a reunião de chanceleres preparatória para a reunião de cúpula que será realizada nos dias 16 e 17 de dezembro em Salvador. No encontro desta segunda, os ministros prepararam a agenda da reunião de cúpula, buscando "integração e cooperação" em face de grandes crises: financeira, alimentar, energética e de mudanças de clima", informou o ministro das Relações Exteriores do Brasil Celso Amorim.

O ministro destacou o "ineditismo" da reunião entre os países e disse que a iniciativa deve ter prosseguimento. O ministro de Barbados, Christopher Sinckler, destacou que a reunião presidencial discutirá o que os países da região poderão fazer sobre a crise financeira. Amorim destacou que 26% do comércio exterior do Brasil é com a América Latina e Caribe; com os Estados Unidos, é menos de 15%. De acordo com ele, quando a reunião foi preparada a crise financeira ainda não estava na agenda, mas foi incluída devido aos últimos acontecimentos. Ele negou, dessa forma, que os EUA tenham sido excluídos da reunião por serem o centro da crise.

De acordo com Amorim, todos podem sofrer os efeitos de uma crise financeira. ele afirmou ainda que, "se houvesse bom senso, essa crise deveria acelerar o acordo de Doha". Segundo Amorim, porém, isso não significa que a Rodada da Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC), será fechada.

Amorim informou ainda que durante a reunião não foram feitos cenários sobre os efeitos da crise financeira sobre a região, muito ligada à economia americana. Ele lembrou, ainda, que já é possível fazer comércio entre Brasil e Argentina sem dólares. E classificou isso como um primeiro passo em uma caminhada sem horizontes de prazo para ocorrer para que outros países da região possam também negociar sem o uso da moeda americana.

Petrobras

Amorim disse ainda que o Brasil está procurando "soluções pragmáticas, respeitando o clima de desconfiança," entre Brasil e Equador, em relação à ameaça do governo daquele país de expulsar a Petrobras. Segundo Amorim, existe "espírito de integração" entre os dois países. Ele informou que ainda não conversou com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e nem com o governo equatoriano sobre as ameaças recentes. No entanto, comentou que a companhia já vinha negociando com o governo do Equador. Amorim afirmou ainda que o Brasil respeita a soberania do Equador.

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