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Indústria

Crise ganha corpo no setor metal-mecânico

35 empresas de Curitiba, afetadas pela diminuição do ritmo das montadoras, darão férias coletivas em dezembro

Fabricantes de veículos, que tiveram produção recorde até setembro, foram afetadas pelo primeiro reflexo da crise: a falta de crédito. | Antonio Scorza/AFP
Fabricantes de veículos, que tiveram produção recorde até setembro, foram afetadas pelo primeiro reflexo da crise: a falta de crédito. (Foto: Antonio Scorza/AFP)
Produção e desempenho setorial |

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Produção e desempenho setorial

Pelo menos 35 empresas do setor metal-mecânico de Curitiba e região metropolitana vão dar férias coletivas para seus funcionários em dezembro, um reflexo direto da crise econômica, a qual já provocou paradas em várias montadoras de veículos do Brasil. Das empresas que vão parar no próximo mês, apenas 20% já tinham isso planejado. A grande parte só decidiu recorrer ao expediente nesta semana, após os pedidos dos clientes caírem quase pela metade.

"Isso era inevitável. Depois que as montadoras começam a reduzir a produção, não há outra alternativa para os fornecedores", afirma Roberto Karam, presidente do Sindimetal, que representa as empresas do setor metal-mecânico. A Volkswagen está dando férias coletivas para 1,8 mil dos 3,6 mil funcionários neste mês e a Renault, que tem 4 mil trabalhadores, adotou o banco de horas negativo para dispensar temporariamente alguns trabalhadores. A General Motors também implantou período de férias em suas duas fábricas no Brasil. As duas primeiras alegaram necessidade de adequar a produção à demanda; a GM culpou a restrição ao crédito, o que diminuiu a venda de veículos.

Karam não soube precisar quantos trabalhadores serão afetados com a paralisação das atividades das 35 indústrias, mas fez prognósticos negativos para os próximos meses. "Se não houver nenhum fato novo até janeiro, de 5 mil a 6 mil pessoas estarão com o emprego em risco." Em Curitiba e região, cerca de 30 mil atuam no setor metal-mecânico. Segundo ele, as empresas estão sendo orientadas a não demitir. "Há alguns meses, quando o cenário econômico era outro, as empresas estavam precisando de mão-de-obra qualificada, e por isso investiram em treinamento. Demitir esse pessoal agora seria um péssimo negócio", avalia.

Superestimada

Para o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e região, a crise está sendo superestimada. A assessoria de imprensa da entidade informou que as 35 empresas que vão dar férias coletivas em dezembro representam "menos de 1% das 3,5 mil empresas que existem no Paraná". Segundo o sindicato, entre janeiro e setembro deste ano, o setor acumulou alta de 20% no nível de emprego, e que por isso são esperadas algumas "regulações", mas dificilmente ocorrerá recessão.

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