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Siderurgia

Crise não interfere em programa de investimentos da Usiminas

A crise em que mergulhou o sistema financeiro internacional nos últimos meses não vai interferir no programa de investimentos da Usiminas, orçado em US$ 14,1 bilhões até 2013. Em entrevista à Agência Estado, o gerente de Relações com Investidores da siderúrgica, Gilson Rodrigues Bentes, garantiu que os planos de expansão estão mantidos e que a companhia não enfrenta dificuldades para captar recursos, apesar das turbulências no mercado financeiro. "Vamos monitorar (a crise), mas no momento não há nenhuma intenção de postergar nossos investimentos."

O executivo, porém, lembra que o cenário hoje no sistema financeiro é preocupante e que é preciso estar atento a mudanças na economia. "Não seria tolo em dizer que a Usiminas não irá se preocupar com o momento", disse. E brincou, ao afirmar que um bom brinde hoje para os investidores seria um "comprimido de Lexotan" (calmante). Apesar do tom um pouco mais cauteloso, o executivo acredita que crédito não é problema para a companhia, que na semana passada fechou com Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC, na sigla em inglês) um empréstimo sindicalizado de US$ 550 milhões para viabilizar seus projetos.

O plano de investimento da Usiminas prevê a ampliação da capacidade produtiva dos atuais 9,5 milhões de toneladas para um patamar de 15 milhões de toneladas de aço. No orçamento consta a construção de uma nova fábrica com capacidade de produção de 5 milhões de toneladas na cidade mineira de Santana do Paraíso, a uma distância de apenas 7 quilômetros das instalações da Usiminas em Ipatinga, Minas Gerais. A idéia, revelou o gerente, é que a siderúrgica capte no mercado metade dos recursos previstos para tocar os projetos de expansão. O restante virá da geração de caixa da companhia no período. "Temos uma geração de caixa forte e saldo já em caixa. As nossas necessidades de financiamento para o ano que vem já estão garantidas", disse. Atualmente, a companhia tem US$ 3 bilhões em caixa.

Bentes é categórico ao afirmar que a companhia não especula no mercado de derivativos, por isso, a disparada do dólar nas últimas semanas terá apenas efeito contábil sobre o montante da dívida da companhia. O endividamento da Usiminas soma R$ 3,1 bilhões, sendo que 65% estão atrelados a moedas estrangeiras. O executivo acredita que apesar da crise a demanda por produtos siderúrgicos no Brasil vai continuar crescendo, puxada pela indústria automobilística, construção civil e agricultura.

Mas, o gerente prefere não fazer previsões sobre o desfecho das negociações de 2009 para o reajuste do preço do minério de ferro, principal matéria-prima do setor. Segundo ele, ainda é cedo para avaliar se a economia mundial já entrou em recessão. Bentes adiantou, porém, que se houver aumento de preços, ele terá de ser repassado ao preço do aço.

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