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Economia mundial

Crise precisa de ação global, com emergentes

Um plano de ação global, coordenado entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Essa é a receita de combate à crise apresentada por especialistas e autoridades na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Vozes de diferentes pontos do mundo concordam que o multilateralismo é o caminho para resgatar as economias da profunda desaceleração em curso. "Nós precisamos de um pacote de estímulo fiscal global", afirmou o vice-presidente sênior e economista-chefe do Banco Mundial, Justin Yifu Lin.

Segundo ele, a estratégia deve contemplar um mecanismo de transferência de recursos para os países em desenvolvimento que não têm condições de arcar com medidas desse tipo. "Está em debate uma nova era econômica, na qual os emergentes já estão plenamente inseridos e agora fazem parte das discussões sobre os problemas que explodiram nos países desenvolvidos".

Para o presidente do Dogus Group, da Turquia, Ferit Sahenk, este é um momento para ações coletivas, no qual o G20 tem papel importante. "Os emergentes estão em perigo e, se a situação durar muito, pode resultar em uma crise social." A Turquia é um dos emergentes mais afetados pela crise. Com déficits e menos preparado para enfrentar a turbulência, o país vê sua moeda perder valor rapidamente. "Precisamos sair dessa situação juntos", defendeu o ministro de Finanças da África do Sul, Trevor Manuel.

Já para Heizo Takenaka, diretor do Global Security Research Institute da Keio University, os países não devem se basear somente em pacotes de estímulo, até porque a existência de déficits limita essa possibilidade. "Devemos usar todos os tipos de esforços, o global e o regional." Ele sugere a adoção de uma política de administração de falências, para evitar que a situação se agrave.

Segundo Takenaka, a nacionalização de bancos deve ser evitada. "A injeção de capital nas instituições é a melhor política." Stephen Roach, do Morgan Stanley, vê a necessidade de buscar um mecanismo para precificar os ativos tóxicos, o maior problema enfrentado pelos bancos atualmente. "Estamos em uma recessão global e não há solução rápida", disse. "Nosso trabalho é fazer do anêmico crescimento mundial um tijolo para um futuro mais sustentável."

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