
As redes Wimax, que fazem sucesso nas cidades americanas de Portland e Baltimore, já deram as caras no Paraná. A Embratel oferece a solução em Curitiba desde meados do ano passado, com foco em pequenas e médias empresas a solução da empresa para internet e telefonia para pessoas físicas está na parceria com a Net. A Brasil Telecom também fez testes na cidade e a TVA, que lançou seus serviços Wimax em São Paulo em outubro passado, anunciou que pretende fazer testes em Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro, sempre em parceria com a Motorola e a Intel.
Os projetos da Embratel são os mais adiantados. A empresa lançou comercialmente a operação Wimax no ano passado, em doze capitais brasileiras. A cobertura, que começou com apenas seis bairros, já abrange 45% da área da cidade, por meio de 27 estações de rádio-base. Há redes Wimax também em outros 13 municípios no interior do estado.
Em Londrina, a prefeitura local tem um projeto que prevê a inclusão de 300 pontos de acesso à internet em escolas e postos de saúde. A primeira fase, com 140 postos, foi concluída em meados do ano passado. O projeto foi desenvolvido pela empresa curitibana Alias Networks, com infraestrutura da Motorola.
Pelas antenas
O Wimax funciona assim: um provedor, conectado ao backbone da internet o principal conjunto de ligações de alta capacidade da "nuvem" estabelece a sua própria rede usando cabos ou satélite. Os dados em trânsito percorrem a rede privada até as estações rádio-base, ou seja, as antenas Wimax, onde são transformados em sinais de rádio e emitidos pelo ar. As frequências de espectro mais comuns usadas pelo Wimax são a 2.4 GHz e a 3,5 Ghz.
Aparelhos habilitados ao Wimax em sua casa ou em seu bolso recebem os sinais e estão na internet. A partir daí, os aparelhos Wimax podem irradiar o sinal via wi-fi para conectar eletrônicos que ainda não suportam a nova tecnologia. Mas, nessa transferência, a velocidade nominal máxima do Wimax não pode ser alcançada; é limitada aos 54 megabits por segundo que o wi-fi suporta em condições ideais.
Redes Wimax apresentam ainda vantagens sobre o custo de instalação de redes cabeadas ou mesmo 3G. Elas podem prover tanto acesso à internet banda larga quanto a serviços VoIP (transmissão de voz pela rede) e não exigem a quebra de prédios ou a perfuração do solo para a instalação de cabos. Por isso são adequadas para cobrir áreas de risco como favelas , de patrimônio histórico, de difícil acesso ou mesmo extensas áreas rurais. Caso um governo opte por prover banda larga sem fio a toda a população de graça, o Wimax é a opção.
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Pelo Brasil
Conheça alguns projetos de Wimax no país.
Parintins
A cidade amazônica foi a primeira a receber uma rede com infraestrutura Wimax no Brasil. O projeto-piloto garantiu acesso banda larga sem fios a todos os 100 mil habitantes e interligou escolas, bibliotecas e órgãos públicos. Avanços mais brilhantes foram registrados particularmente na área de saúde. Graças ao Wimax, os 32 médicos da cidade podem interagir com colegas da Universidade Estadual da Amazônia, em Manaus, e da USP, e realizar consultas à distância em tempo real e diagnósticos remotos.
Ouro Preto
A cidade histórica mineira foi considerada uma prova de fogo para a robustez e estabilidade do Wimax, devido a seu relevo acidentado e à sua história. Morros, pedras, a distância entre as áreas rural e urbana e prédios tombados apresentavam um desafio à interligação por cabos ou wireless. Com a Universidade de Ouro Preto, a Intel se encarregou do projeto-piloto. Antenas rádio-base foram instaladas ao redor da cidade, conectando escolas e instituições públicas. Um computador habilitado para captar o sinal Wimax nas unidades se encarrega de retransmiti-lo, via wi-fi, às outras máquinas nos prédios. A experiência com tecnologias combinadas está sendo replicada em Tiradentes e Barbacena, também em Minas, mas os projetos correm o risco de serem cancelados por discórdias sobre quem pagará a conta com a conclusão da fase de teste. De qualquer forma, a conexão final é wi-fi, não Wimax.
Interior do Rio
Mangaratiba faz parte do projeto estadual para levar internet banda larga a todo o Rio de Janeiro. A cidade litorânea com 30 mil habitantes exigiu um investimento por parte da Intel em parceria com o governo inferior a R$ 1 milhão.
São Paulo
Apesar de a Embratel e a Neovia já oferecerem serviços comerciais no Estado, São Paulo ainda tem projetos-piloto. Desde novembro, 150 usuários testam a infraestrutura Wimax instalada na capital graças a uma parceria formada entre a TVA e a Telefônica.



