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Nos últimos 12 meses, o item energia elétrica acumula uma alta de 70,54% na capital paranaense. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Nos últimos 12 meses, o item energia elétrica acumula uma alta de 70,54% na capital paranaense.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

A inflação pesou mais no bolso do consumidor de Curitiba e região metropolitana em julho. Apesar da leve desaceleração em relação a junho – quando recuou de 0,91% para 0,89% –, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido na cidade foi o maior do país em todas as bases de comparação, segundo a pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Grande Curitiba teve a mais alta inflação na apuração mensal (0,89%); no acumulado de janeiro a julho (8,32%), e nos últimos 12 meses (10,63%).

No país, a taxa também desacelerou, de 0,79% em junho para 0,62% no mês passado. Mesmo assim, é a pior para um mês de julho desde 2004. Em 12 meses, o IPCA chegou a 9,56%. É a maior desde novembro de 2003, quando a taxa ficou em 11,02%. E no ano, a inflação acumulada atingiu 6,83%, índice que já supera os 6,41% de todo o ano de 2014. Além disso, ultrapassou o teto da meta oficial do governo para 2015, que é de 6,5%, muito embora o próprio Banco Central já tenha admitido que a taxa fechará o ano em torno de 9%.

Comer em casa está mais caro do que fora do domicílio

  • RIO DE JANEIRO

Em tempos de preços em alta, o brasileiro só pensa em economizar. E comer em casa é sinônimo de economia. Mas, no ano, a alimentação em domicílio acumula alta maior do que a da fora do domicílio: 7,76% contra 6,46%. No acumulado em 12 meses, há uma alta de 10,54% na alimentação em casa frente a 10,41% na rua. É a primeira vez em quase dois anos que os preços da alimentação em casa sobem mais do que fora. Em agosto de 2013, a alimentação em casa subiu 10,58%, enquanto fora teve alta de 10,25%.

Apesar de a alimentação em casa ter variado mais do que a fora em 12 meses, a refeição na rua – um dos itens desse grupo, que inclui também lanche, café, etc – acumula alta de 9,85% de agosto de 2014 a julho de 2015 e foi responsável pelo segundo maior impacto no IPCA do período (0,51 ponto percentual do índice). Ficou atrás só de energia elétrica, que, com alta de 57,83%, contribuiu para o IPCA com 1,64 ponto percentual.

A conta de luz, outra vez, foi o que mais pesou no bolso do brasileiro em julho, com uma alta de 4,17% e um impacto individual de 0,16 ponto percentual no IPCA. A alta refletiu os reajustes aplicados às tarifas em algumas capitais, como Curitiba (11,4%) e São Paulo (11%). “Em vários meses do ano, a energia elétrica apareceu como principal impacto. Em algumas regiões, a taxa já está quase dobrando frente há 12 meses”, disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

No ano, o item energia elétrica acumula uma alta de 47,95% no país. Em 12 meses, a taxa é ainda mais expressiva: 57,83%. Na capital paranaense, o aumento acumulado chegou a incríveis 70,54%. O custo com a luz elevou a inflação do setor de habitação, que registrou em julho uma variação de 1,52% no país e de 3,44% em Curitiba e região, mais do que o dobro da média nacional.

Água e esgoto

Outra pressão sobre o IPCA curitibano veio do reajuste da tarifa de água e esgoto, dividida em duas parcelas, que resultou em um aumento de 12,6% para o consumidor da capital.

“Em 12 meses, os preços monitorados já subiram quase 16% [no país]. Grande parte das nossas despesas estão com esses itens e a maioria delas as pessoas não podem deixar de ter, de pagar. São despesas básicas”, comentou Eulina, em referência aos preços controlados pelo governo.

“Os monitorados vinham baixos em 2013. No segundo semestre de 2014, começaram alguns reajustes, como os de ônibus. E este ano a linha do IPCA cortou a dos monitorados ao meio em termos de resultados”, completou.

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