
As prateleiras de supermercados de Curitiba têm os preços mais baixos do país. A conclusão é de uma pesquisa feita em 787 supermercados de 13 capitais brasileiras, e que mostrou que as lojas de Curitiba têm, em média, os produtos mais baratos. O estudo, feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Pro Teste, tem como base as 97 mercadorias mais consumidas pelos brasileiros, divididas em duas cestas: uma com as marcas líderes de cada segmento e outra com os produtos de menor preço. Nos dois casos, a capital paranaense tem a menor média, R$ 234 e R$ 172, respectivamente. As médias mais caras estão no Distrito Federal: R$ 259 e R$ 196.
Este é o terceiro ano que a Pro Teste faz essa pesquisa, e a segunda que Curitiba apresenta os menores preços médios. "Nosso objetivo é estimular a concorrência. A queda nos preços nos supermercados tem reflexo direto na economia porque 31% do total consumido pelas famílias brasileiras é com alimentação em casa, produtos de higiene e artigos de limpeza", explica o analista de pesquisas de mercado da entidade, Igor Buenaga, em referência aos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o superintendente da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, a explicação dos dados está na forte concorrência do setor na cidade. Na grande Curitiba existe um hipermercado (lojas com mais de 50 caixas) para cada 141 mil habitantes, e um supermercado (com 30 terminais) para cada 3.809 pessoas. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, o índice é de um hiper para cada 240 mil habitantes. Em São Paulo e região metropolitana a diferença é ainda mais gritante: são 615 mil paulistanos para cada hipermercado da cidade. Curitiba tem, ao todo, 2.643 mercados, segundo levantamento da Apras. "Esse grande número de lojas faz com que a concorrência seja muito forte e os preços caiam", diz Rovaris. "Praticamente todas as grandes redes nacionais e multinacionais com presença no Brasil estão instaladas em Curitiba, e temos duas marcas regionais muito fortes, Condor e Muffato."
Na separação por redes, o estudo da Pro Teste mostra o Big e o Mercadorama como as duas bandeiras com os menores preços. O Big tem os menores preços nos dois casos (cestas 1 e 2). "Essa boa avaliação não nos surpreende", diz o vice-presidente do grupo Wal-Mart (dono das bandeiras) para a Região Sul, Marcos Samaha. "Em todos os mercados temos como estratégia oferecer o menor preço", diz. "Além disso, Curitiba está entre as cidades de maior competição do país. E isso, sem dúvida, se reflete em preço."
Pesquisa de preços
Apesar de ter acesso à média de preços mais baixa, a Pro Teste alerta que o curitibano não deve dispensar uma pesquisa de preços. Para a cesta 1, a diferença de preço entre a mais barata e a mais cara é de 23%. Para o segundo grupo de produtos ela é de 63%. Tendo em vista produtos específicos, a diferença pode ser muito maior. O creme dental Sorriso, por exemplo, foi encontrado entre R$ 3,55 e R$ 9,90.
Segundo o analista da Pro Teste, um consumidor curitibano que fizer as compras sempre na loja mais barata pode economizar até R$ 576 na cesta 1. Se a opção for pela cesta 2 ou seja, por produtos mais baratos, independente da marca a economia pode chegar R$ 1.104.
O estudo da Pro Teste mostra ainda que comprar em lojas de conveniência, na maioria dos casos, significa pagar mais. Por isso, a orientação da entidade é que elas sejam usadas apenas em situações especiais. Segundo a pesquisa, o preço da cesta 2 na rede Select (dos postos Shell) é 56% mais cara do que na rede mais barata (Big).
Serviço: A pesquisa completa pode ser consultada no site www.proteste.org.br.



