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Preços

Custo da construção está mais baixo no Paraná

Concorrência maior e ICMS menor fazem a diferença no estado

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Vídeo: (Foto: Reprodução TV Tem - Bauru)

O custo da construção civil no Paraná apresentou o menor aumento do país nos últimos 12 meses. Neste período, o aumento no estado foi de 3,21%, abaixo dos 5,06% registrados pela média nacional. Nos dois primeiros meses do ano, o custo paranaense também cresceu menos que no Brasil. Os números, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são baseados nos custos de mão-de-obra e material de construção. Eles mostram que o valor necessário para se construir uma casa ou apartamento sobe, no Paraná, em ritmo menor do que em outras regiões do país. A estabilidade está justamente no preço dos materiais, já que a mão-de-obra só encarece uma vez por ano, em junho, quando pedreiros e outros trabalhadores do setor têm reajuste salarial.

Ricardo Mascia, diretor da loja de materiais Leroy Merlin, em Curitiba, e Hélio Ballarotti, presidente do grupo paranaense Balaroti, concordam que a concorrência entre as lojas é muito grande no Paraná, e o número de promoções acaba reduzindo a média de preços. "O consumidor daqui é oportunista e ‘pechincheiro’, o que faz com que o mercado balize os preços para baixo. Temos que trabalhar com mais ofertas", afirma Mascia, da Leroy. "No primeiro semestre do ano passado, as vendas não estavam tão aquecidas. As lojas querem conquistar o consumidor, e a concorrência fica mais acirrada, e fazemos mais promoções", diz o presidente da Balaroti. "No ano passado tivemos um maior volume de campanhas promocionais, fizemos parcerias com muitas fábricas e conseguimos condições melhores", completa.

Vendas

O pano de fundo do enfraquecimento das vendas no passado é a crise por que passou o setor agrícola – com a quebra da safra por problemas climáticos e as agruras da pecuária, por conta da febre aftosa no Paraná e da gripe aviária na Ásia e Europa. Menos dinheiro no campo é sinal de crise para a economia paranaense, bastante dependente do agronegócio. Sofre também o setor da construção civil. "O ano de 2006 foi de baixo investimento por causa da crise na agricultura. Existe um impacto, os lojistas têm que buscar alternativas, mesmo porque o consumidor coloca outras prioridades: ele diminui o luxo e acaba comprando material mais básico", diz o diretor da Leroy Merlin em Curitiba.

Hélio Ballarotti lembra ainda que, no início do ano passado, o governo estadual reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre materiais de acabamento – basicamente cerâmicas, louças e metais sanitários – de 18% para 12%, o que também acabou barateando o preço dos materiais. "E acabamento representa bastante. É seguramente 40% do gasto com material numa loja." No ano passado, o governo federal também reduziu impostos sobre materiais, o que teve impacto no custo da construção em todo o país, e não somente no Paraná.

Luiz Fernando Fonseca, gerente da pesquisa do IBGE, confirma que os preços de materiais têm ficado estáveis. O custo da mão-de-obra, que tem peso muito grande (cerca de 50%) no cálculo do custo da construção, também não sofreu grandes variações. O último salto no Índice Nacional da Construção Civil calculado pelo instituto no Paraná foi em julho de 2006 (1,95%), por conta do reajuste da categoria.

No mês passado, o custo por metro quadrado no Paraná (R$ 574,94) foi praticamente idêntico ao da média nacional (R$ 574,85). Há três anos, a diferença era bem maior. Em fevereiro de 2004, o custo era de R$ 479,38 no Paraná, bem superior aos R$ 463,61 observados na média nacional.

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