• Carregando...

A combinação entre um crescimento de 2,1% na receita operacional líquida e a elevação dos custos totais dos serviços prestados e das despesas operacionais reduziu o lucro líquido da Redecard no quarto trimestre de 2010.

Entre outubro e dezembro a segunda maior operadora de cartões do país lucrou 348,7 milhões de reais, queda de 13,4 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2010, o lucro líquido ficou praticamente estável, subindo 0,3% e totalizando 1,4 bilhão de reais, informou a empresa no final da quarta-feira.

Os custos totais dos serviços prestados totalizaram 232,2 milhões de reais de outubro a dezembro, alta de 39,9% sobre um ano anterior. De acordo com a Redecard, o aumento foi resultado, entre outras coisas, de "34 milhões de reais pelo maior número de transações de crédito e débito, da maior quantidade de equipamentos instalados e do maior número em atendimentos telefônicos".

A Redecard capturou 57,2 bilhões de reais em transações com cartões de crédito e débito no quarto trimestre de 2010, avanço de 30,1% na comparação anual.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 548,7 milhões de reais nos três últimos meses de 2010, recuo de 12,4% ante o quarto trimestre de 2009. No ano passado, houve crescimento de 0,8%, para 2,22 bilhões de reais.

A Redecard e sua principal rival, Cielo, foram por cerca de 15 anos as únicas a operar com as bandeiras Mastercard e Visa, respectivamente, no mercado brasileiro. Em julho do ano passado a exclusividade com as bandeiras de cartões terminou, dando início a uma nova era de competição no setor. Redecard e Cielo passaram a investir mais em marketing, oferecendo descontos e prêmios para fidelizar lojistas.

Apenas no quarto trimestre a Redecard desembolsou 11,5 milhões de reais em estratégia de serviços aos clientes, como melhorias em call center e em manutenção de estabelecimentos; e 20,7 milhões de reais em "novas iniciativas, como início da captura da bandeira Visa e de novos credenciamentos".

Sobre a captura de operações da Visa, o presidente da Redecard, Roberto Medeiros, afirmou em teleconferência para analistas que os custos da empresa podem ficar pressionados ao longo de 2011 conforme a empresa aumenta a participação na bandeira.

Segundo Medeiros, "a maior parte dos nossos grandes clientes já renegociaram (tarifas cobradas pela Redecard) e que "é de se esperar que tenhamos ao longo do ano um comportamento melhor nos custos". Além disso, ele "não vislumbra grandes variações na despesa de pessoal" neste ano.

obre novos concorrentes no mercado, como a anunciada bandeira Elo formada por Banco do Brasil e Bradesco, o presidente da Redecard comentou que o mercado brasileiro ainda é crescente.

"Tem lugar para todo mundo, o nível de consumo pessoal com cartão de crédito e débito no Brasil está em 22 a 23%, enquanto essa proporção em mercados maduros é de 45%", disse.

Para o BB Investimentos, o resultado da Redecard ficou em linha com as expectativas. "O fraco desempenho é resultado das negociações com os grandes estabelecimentos comerciais, que, cientes de seu recém-adquirido poder de barganha, vêm obtendo descontos relevantes na taxa de administração líquida", comentou o BB em relatório em que recomenda manutenção das ações do companhia.

Às 13h13, as ações da Redecard recuavam 3,06%, enquanto o Ibovespa cedia 0,62%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]