Uma assembléia marcada para a próxima quinta-feira (06) vai definir se os auditores fiscais - em greve desde o dia 15 de maio - voltam, ou não, ao trabalho em todo o país. Após o anúncio da Medida Provisória do governo federal que concedeu reajuste de 34% à categoria na última sexta-feira, trabalhadores mobilizados em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, decidiram suspender a paralisação.
De acordo com o delegado do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Robson Ferreira, a decisão de voltar ao trabalho foi local. "Nós decidimos suspender temporariamente a paralisação, mas isso só aqui em Foz do Iguaçu. A proposta do governo não atendeu em quase nada a pauta de reivindicações da categoria, mas após uma assembléia feita na manhã desta segunda decidimos voltar ao trabalho, pelo menos até quinta".
Uma plenária com os delegados do Unafisco começou nesta segunda e vai até esta terça-feira (04) em Brasília. Na reunião, os representantes dos auditores pretendem discutir e chegar a uma conclusão sobre a continuidade da greve. "Lá nós teremos a união de representantes de vários estados para saber como está a situação em cada região. Na quinta, a assembléia nacional vai votar as conclusões que forem obtidas nesta plenária", afirmou Ferreira.
O atendimento, nos diversos setores prejudicados pela greve, vai demorar para voltar ao normal. "Cada setor trabalha de uma maneira e num ritmo específico. No caso do Porto Seco de Foz do Iguaçu, em que o problema da fila de caminhões tem um apelo social mais forte, o atendimento deve voltar ao normal em duas semanas. Isto, é claro, quando a greve realmente terminar". A volta ao trabalho dos auditores nesta segunda trouxe alívio aos caminhoneiros parados na fila da Receita Federal. A Defesa Civil chegou a entregar cestas básicas, pães, leite e água aos caminhoneiros que não conseguiam prosseguir viagem há semanas.
Já o trabalho administrativo vai demorar ainda mais para retomar a normalidade. "No setor de arrecadação, que é um dos mais importantes, o trabalho vai ficar atrasado por meses", explica o delegado da Unifisco, em Foz.
De acordo com o ParanáTV desta segunda, pequenos importadores também foram atingidos pela paralisação, já que muitas mercadorias ficaram paradas no Porto de Paranaguá, no Litoral, e no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Somente remédios e produtos perecíveis foram liberados durante a greve. Os demais, só saíam dos depósitos do aeroporto com ordem judicial.



