São Paulo A semana virá carregada de eventos econômicos nos Estados Unidos, o que tende a fazer com que os pregões sejam bastante agitados nos próximos dias. A decisão sobre como ficarão os juros básicos americanos é o evento mais aguardado pelo mercado financeiro global.
Amanhã, o Fomc comitê do banco central dos EUA vai definir o que fará com a taxa básica do país, que está em 5,25% ao ano. As projeções predominantes no mercado internacional apontam que a expectativa é de que a taxa seja reduzida em 0,25 ponto porcentual, para 5% anuais. Há até uma parcela que trabalha com a hipótese de os juros serem cortados para 4,75%.
Dessa forma, se os dirigentes do banco central americano resolverem manter a taxa de juros inalterada, o mercado deverá ter um dia de muito estresse, com prováveis quedas nas bolsas de valores pelo mundo.
Tão importante quanto a decisão será a nota que a autoridade monetária norte-americana emitirá após a reunião, comentando as escolhas tomadas. Essa nota pode dar sinais sobre o futuro da política monetária no país, podendo, assim, agitar os investidores.
Na agenda da semana, há ainda outros focos de estresse nos Estados Unidos. Hoje será anunciado em quanto ficou a inflação ao produtor americano (o PPI, na sigla em inglês) em agosto. O mercado espera que o índice apresente deflação, em torno de 0,2%, o que demostraria desaquecimento na maior economia do mundo.
Na quarta-feira, haverá a apresentação do índice de inflação ao consumidor dos EUA (CPI), e também será conhecido o resultado do número de construção de novas moradias no país em agosto.
Para encerrar a pesada agenda, Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), fará um pronunciamento na quinta, quando se espera que aborde a crise do mercado de crédito imobiliário.
Desde a última semana de julho, o mercado financeiro global tem sofrido fortes turbulências devido à piora na crise de crédito do mercado habitacional dos EUA, originada no segmento de hipotecas de maior risco de crédito.
O temor de que essa crise localizada se espalhasse e contaminasse a rentabilidade de fundos que aplicaram em títulos do setor imobiliário e o resultado de instituições financeiras abateu as bolsas de valores pelo mundo. Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem ensaiado uma recuperação.
Cena interna
No Brasil, a Bovespa registrou valorização de 0,19% na semana passada. No pregão de sexta-feira, encerrou aos 54.671 pontos. Quando a crise teve início, a Bolsa paulista rondava seus picos históricos.
Na agenda brasileira, o mais relevante acontecimento no mercado doméstico será a apresentação do índice de inflação IPCA-15, na sexta-feira. O temor de pressão inflacionária tem levado analistas a passarem a apostar no fim do processo de redução dos juros básicos no país.



