Mesmo com a perspectiva de crescimento econômico acima de 5% e de criação de quase 2 milhões de empregos formais neste ano, a tendência é de o rombo da Previdência Social não parar de crescer nos próximos anos, pressionando ainda mais os gastos públicos.
Somente de 2009 para 2010, o déficit vai saltar de 1 41% para 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, de R$ 43 614 bilhões para R$ 52,320 bilhões. Em 2044, segundo demonstrativo da projeção atuarial do regime geral da Previdência Social, publicado na semana passada no Diário Oficial da União, o saldo negativo deve totalizar 2,85% do PIB. Pelos cálculos do governo, em termos nominais, isso vai corresponder a R$ 681 bilhões.
Alguns analistas do setor disseram que esses dados só comprovam a necessidade de uma nova reforma da Previdência. O próprio ministro da pasta, José Pimentel, já afirmou que o País precisará promover mudanças no sistema em 2019 para que o déficit não siga numa tendência explosiva. Isso será necessário porque, a partir de 2012, a Previdência Social deve começar a registrar saldos negativos na área urbana. Normalmente, esses números são superavitários. O déficit se concentra na região rural e nos benefícios da assistência social.
Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, um dos principais motivos para a deterioração das contas no longo prazo é o envelhecimento da população. Para Schwarzer, em algum momento deve ser discutido pela sociedade uma forma de estimular os brasileiros a permanecer no mercado de trabalho por mais tempo, assim como estabelecer critérios para a concessão de pensões.
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