A deputada federal Carol De Toni (PL-SC), líder da Minoria na Câmara dos Deputados, protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a investigação da recente aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Segundo a parlamentar, a operação pode ter sido usada como manobra para evitar a falência do Master e, assim, impedir o acionamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege os depósitos de clientes em caso de quebra bancária.
Reportagens publicadas pelos portais Money Times e E-Investidor (Estadão) revelam que o Banco Master acumulava cerca de R$ 49 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs), montante que representa 96% da capacidade total do FGC para cobrir esse tipo de título. O banco oferecia rendimentos muito acima da média do mercado, o que, segundo a deputada, pode ter camuflado uma grave crise de liquidez e solvência.
“É uma bomba-relógio montada com o dinheiro de milhares de brasileiros. Em vez de uma intervenção transparente, resolveram tudo nos bastidores com uma compra apressada feita por um banco controlado pelo governo do Distrito Federal. Isso precisa ser investigado com urgência”, afirma Carol.
A parlamentar também chama atenção para os possíveis impactos da operação nas contas públicas. Caso o FGC fosse acionado, bancos estatais como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil — integrantes do fundo — poderiam ser obrigados a realizar aportes bilionários para cobrir os prejuízos, gerando reflexos diretos no orçamento federal.
Carol De Toni critica ainda a atuação do Banco Central, que teria permitido ao Banco Master uma captação considerada desproporcional à sua estrutura, com ativos concentrados em recebíveis de alto risco. “O BC falhou. Essa negligência compromete a credibilidade do sistema, pode provocar crise de confiança, encarecimento do crédito e instabilidade econômica”, disse.
Na representação entregue ao TCU, a deputada solicita a apuração da legalidade da operação de compra, a análise da conduta do Banco Central e a verificação de eventuais riscos ao patrimônio público. Ela também cobra responsabilização dos envolvidos caso sejam confirmadas irregularidades.
“Não vamos permitir que operações arriscadas sejam varridas para debaixo do tapete com dinheiro público. O governo Lula pode até tentar esconder, mas nós vamos expor e cobrar. O povo brasileiro tem o direito de saber e ser protegido dessas jogadas perigosas”, conclui.




