Com a queda nas exportações e o grande número de demissões recentes, a economia do município de Toledo, no Oeste do Paraná, tem apresentado dificuldades. De abril do ano passado para cá, a quantidade de pessoas que tiveram o nome incluído no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da cidade cresceu 4%. Embora o porcentual pareça pequeno, segundo apurou o telejornal Bom Dia Paraná, da RPC TV, eleva para 16,5 mil o número de consumidores com o nome sujo na praça, o que representa 20% da população economicamente ativa do município.
A cidade tem passado por dificuldades desde o fim do ano passado. Somente a Sadia, maior empregadora da cidade, demitiu mais de 1,1 mil funcionários entre outubro de 2008 e maio deste ano, após a queda nas exportações da empresa. Como o município depende diretamente do agronegócio, a crise atingiu em cheio o bolso dos consumidores.
As empresas da cidade sentiram essa mudança e ficaram preocupadas com calotes. Consultam cada vez mais o SCPC e incluem os devedores no sistema com mais rapidez. "Até pouco tempo atrás, eles simplesmente consultavam, não incluíam. Hoje elas estão fazendo esse registro", afirmou Claudenir Machado, diretor da associação comercial da cidade, ao Bom Dia Paraná.
André Luiz Castaldo, gerente de uma loja de calçados, conta que o calote representa 5% das vendas do estabelecimento. "Isso assusta, porque acaba impedindo a pessoa de comprar em qualquer outro lugar", disse.
Os comerciantes tiveram de fazer adaptações. "Você acaba tendo de negociar com o fornecedor prazos um pouco maiores, o que dificulta a redução nos preços e acaba trazendo alguns custos adicionais para a empresa e reduzindo a rentabilidade", explicou o comerciante Hermes João Inácio.
Para a economista Miriam Braum, a situação de crise pelo qual a cidade está passando é o momento para o empresário rever a facilidade de liberação de crédito de modo a se proteger. "Monitorar um pouco como é o seu cliente, como ele pode ou não pagar suas dívidas. Isso é importante principalmente para o pequeno comerciante", recomendou.



