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Negociação salarial

Desemprego baixo favoreceu ganho real de trabalhadores em 2013

Maioria dos dissídios resultou em reajustes de salário acima da inflação. Cenário deve se manter em 2014

Com greve, bancários conquistaram 1,82% de ganho acima da inflação neste ano | Antônio More/ Gazeta do Povo
Com greve, bancários conquistaram 1,82% de ganho acima da inflação neste ano (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

A baixa taxa de desemprego favoreceu as negociações salariais em 2013. Apesar do fraco crescimento da economia, 90% das convenções coletivas devem fechar o ano com ganhos acima da inflação, segundo projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Com o baixo nível de desocupação no mercado de trabalho – hoje em 5,2%, segundo dados do IBGE – e a escassez de mão de obra em alguns setores, os trabalhadores ganharam poder na mesa de negociação com os patrões.

No primeiro semestre, 84,5% das negociações tiveram ganho real. O porcentual é inferior ao do mesmo período do ano passado (96,3%), mas houve uma melhora nos resultados na segunda metade do ano, segundo o Dieese, influenciado principalmente pela queda da inflação.

"Ainda não fechamos os números, mas como o reajuste de preços medido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi um pouco menor, a tendência é que os ganhos sejam um pouco maiores agora", diz Fabiano Camargo da Silva, economista do Dieese. Nos primeiros seis meses do ano, o ganho real médio foi de 1,19%, abaixo dos 2,26% registrados no mesmo período de 2012.

Segundo ele, dificilmente 2013 vai superar o recorde de 2012 – quando 94,6% das categorias conseguiram ganho real –, mas ainda assim o resultado pode ser considerado muito positivo. Na segunda metade do ano ocorrem negociações de categorias de peso, como bancários, metalúrgicos e do setor de alimentação.

Os bancários, após 23 dias de greve, aceitaram a proposta de 8% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e fecharam com 1,82% de aumento real. Os petroleiros fizeram paralisações por cerca de uma semana e fecharam com reajuste de 8,56%, o que representa ganhos reais entre 1,82% e 2,33%.

Os funcionários da Copel acertaram um acordo com 1,24% de ganho real. Os funcionários dos Correios, após uma greve de 23 dias, conquistaram um ganho acima da inflação de 1,52%. Os metalúrgicos das montadoras instaladas na região de Curitiba, que já tinham fechado acordos anteriormente, tiveram reajustes reais de 2,8% na Volkswagen, de 3% na Volvo e de 3,5% na Renault.

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