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 | Foto: Valdecir Galor/ SMCS/Fotos Públicas
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Ajudada pelas tradicionais vagas de fim de ano, a taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do Brasil recuou em novembro, pela primeira vez no ano, mas a renda sofreu a maior queda em 12 anos numa economia que enfrenta recessão e inflação alta.

No mês passado, a taxa calculada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) recuou a 7,5%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (17).

Embora seja menor do que os 7,9% registrados em outubro, é a maior para novembro desde 2008, quando ela foi de 7,6%. Também mostra forte alta em relação à taxa de 4,8% de novembro de 2014.

“É natural que em novembro e dezembro a taxa caia devido aos empregos do final do ano, mas não muda nossa cabeça em relação ao ajuste que está acontecendo no mercado de trabalho”, avaliou o economista sênior do banco de investimentos Haitong, Flávio Serrano, para quem o desemprego no país continuará subindo em 2016.

Com o cenário de recessão e inflação que assola o país, exacerbado pela crise política que afeta a confiança dos empresários, o mercado de trabalho neste ano não vem gerando vagas e a renda vem sendo corroída. A renda média da população, segundo o IBGE, recuou 1,3% em novembro sobre outubro, para R$ 2.177,20. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o tombo foi de 8,8%, maior queda desde dezembro de 2003 nessa base de comparação (-10,7%).

“Há um ajuste importantíssimo no mercado de trabalho em curso que vai continuar, e isso nos dá a ideia de que a atividade econômica continuará se ajustando porque o consumo das famílias vai continuar sofrendo por conta do aumento do desemprego”, disse Serrano.

Em novembro, a população desocupada (pessoas à procura de uma posição), caiu 4,2% em novembro sobre o mês anterior, mas saltou 53,8% na comparação com um ano antes, chegando a 1,833 milhão de pessoas.

O IBGE informou ainda que a população ocupada avançou 0,3% sobre outubro, tendência sazonal de criação de vagas no fim do ano. Mas caiu 3,7% ante o mesmo mês do ano passado, atingindo 22,525 milhões de pessoas.

No terceiro trimestre, a taxa de desemprego calculada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua chegou a 8,9%, com aumento recorde da população em busca de emprego. A Pnad Contínua engloba todas as regiões do país e substituirá a PME, que abrange apenas seis regiões metropolitanas, no início de 2016.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa de economistas é de que a economia vai contrair 3,62% este ano e 2,67% em 2016.

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