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Design de ponta sob reflexos da crise

Indústria moveleira italiana espera recuperação só daqui quatro anos

Entrada do 49º Salão Internacional do Móvel de Milão: evento mostra tendências do design mundial | Alessandro Russotti
Entrada do 49º Salão Internacional do Móvel de Milão: evento mostra tendências do design mundial (Foto: Alessandro Russotti)
Cadeira criada pelo designer japonês Tokujin Yoshioka: revestimento lembra papel alumínio amassado |

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Cadeira criada pelo designer japonês Tokujin Yoshioka: revestimento lembra papel alumínio amassado

Indústria italiana Magis apresentou cadeiras com cores vivas a partir de vidro Murano |

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Indústria italiana Magis apresentou cadeiras com cores vivas a partir de vidro Murano

Cadeira Spun, do designer inglês Thomas Heatherwick: estrutura gira 3600 |

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Cadeira Spun, do designer inglês Thomas Heatherwick: estrutura gira 3600

Apesar de toda a grandeza que cerca um evento como o 49.º Salão Internacional do Móvel de Milão, referência mundial de lançamento de tendências do design mobiliário que reúne mais de 2,5 mil expositores do setor moveleiro e atrai 300 mil visitantes a cada edição, a perspectiva de crescimento do segmento na Itália não é das melhores no período pós-crise econômica mundial. Quem aponta esse cenário nem tão otimista é a FederlegnoArredo, federação italiana que representa as indústrias dos setores de móvel e madeira, com 2.450 empresas associadas.

A indústria moveleira e da madeira gira em torno de 32 bilhões de euros por ano (após a queda de 18,2% em 2008/2009) na Itália, empregando 410 mil pessoas e exportando 33% do que é produzido. Rosario Messina, presidente da FederlegnoArredo, diz que o impacto da crise foi tão grande para os italianos que a previsão é que a indústria consiga se recuperar apenas nos próximos quatro anos. "Vemos uma reorganização não só da produção, mas também nos produtos. Estamos otimizando processos sem perder qualidade. Para o mercado europeu, o foco tem sido apostar em produtos mais baratos, de qualidade, destinados ao público jovem, que está montando a sua primeira casa."

Messina estima que se houver uma média de crescimento do setor de 4% ao ano será possível atingir os níveis de 2007. Na história recente do setor mais tradicional da Itália, cerca de 1,8 mil em­­presas foram fechadas e 12,7 mil va­­gas foram cortadas, segundo um estudo produzido pelo Centro Studi Cosmit (entidade responsável pela organização do Salão de Milão)/FederlegnoArredo. No Salão de Milão 2010, Messina destaca o número crescente de visitantes vindos da China, Índia, África do Sul e países do Mediterrâneo.

O presidente do Cosmit, Carlo Guglielmi, diz por meio da assessoria de imprensa que acredita que 2010 será o ano da recuperação parcial, embora estejam conscientes das dificuldades para se alcançarem os patamares de 2007. Ele ressaltou que a Itália é líder mundial neste setor, não só pelo estável sistema financeiro, mas também pela capacidade em produzir cultura e design de abrangência internacional, expressas em eventos como o Salão do Móvel de Milão.

Lançamentos

A coleção 2010 da gigante italiana Edra é inspirada na temática dos bárbaros, voltando-se para o uso de materiais e cores naturais. O estande da marca foi projetado na cor preta para que as peças ressaltassem. Os renomados designers brasileiros Fernando e Humberto Campana, que desenham para a marca, apresentaram três novas peças a Cabana (tipo de estante arredondada com cinco prateleiras em estrutura de alumínio encoberta por palha sintética), a luminária escultural Campana (feita em alumínio com 180 formatos cortados a laser) e a mesa Cotto (inspiração rústica). Em entrevista a jornalistas estrangeiros em Milão, os irmãos Campana falaram sobre o trabalho incessante dos testes de materiais para a criação de propostas de design de mobiliário que sejam viáveis comercialmente.

Outra gigante italiana, a Mo­­roso, apostou em novas linguagens do design associadas ao uso de materiais inesperados, trazendo novos conceitos para a indústria. Um das peças que chamaram a atenção foi a cadeira Memory, do designer japonês Tokujin Yoshio­ka, que traz uma técnica de revestimento única em um formato que lembra papel alumínio amassado. Um conceito que desafia a imaginação dos visitantes a entender como o móvel é produzido.

A Magis, outra grande indústria italiana, apresentou sua coleção 2010 com cadeiras e mesas, de cores vivas com transparência, feitas a partir de vidro Murano (famosa técnica italiana) em base de alumínio. Os móveis foram desenhados com exclusividade por Stefano Giovannoni. Outra peça da Magis que atraiu a curiosidade de muitos foi a cadeira Spun, do designer inglês Thomas Heather­wick. A cadeira ultra funcional pode girar em 360 graus. Ou seja, a sensação é de se estar sentado sobre um pião. O design do móvel revela uma bela escultura interativa. No estante da Magis havia fila para experimentar essa cadeira tão inusitada.

A viagem da jornalista tem o patrocínio da Hestia Construções e Empreendimentos.

Leia mais sobre o Salão Internacional do Móvel de Milão no site www.gazetadopovo.com.br/imobiliario. A Gazeta do Povo traz a cobertura completa sobre o evento no caderno especial Guia Casa do mês de junho.

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