Os gastos do governo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentaram 84,9% no primeiro semestre deste ano, passando para R$ 8,935 bilhões. Isso ajudou a impulsionar as despesas com investimentos do governo, que subiram 71,6% no primeiro semestre. Para o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, os números mostram que o governo vem melhorando a "qualidade dos gastos". Ele negou, contudo, relação entre o aumento dos investimentos e o ano eleitoral. "O que acontece é que as obras do PAC estão ganhando ritmo maior", afirmou.O Tesouro Nacional divulgou que o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) teve superávit primário de R$ 24,8 bilhões (ou 1,46% do PIB) no primeiro semestre, ante superávit de R$ 18,5 bilhões no mesmo período de 2009. Considerando apenas junho, o governo central teve superávit de R$ 631,5 milhões, ante déficit primário de R$ 517,9 milhões em maio.
A meta fiscal para o fim do ano é de que a economia para os pagamentos dos juros da dívida pública atinja 3,3% do PIB. Augustin disse que o governo espera atingir a meta sem abatimento do PAC e do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) e sem comprometer o Fundo Soberano Brasileiro. Ele ainda destacou o resultado que apontou crescimento dos gastos com pessoal 4,5% abaixo do PIB nominal. "Falavam que aumentamos o gasto com pessoal, mas os números mostram que essa despesa cresceu menos que o PIB", afirmou.
Augustin ainda afirmou que os dados sugerem que o crescimento da economia brasileira não é excessivo e que já há sinais de acomodação, o que exige atenção redobrada. "Não devemos trabalhar para segurar o crescimento da economia", disse. Contudo, ele desconversou ao ser questionado se fazia uma crítica à política monetária do Banco Central.
